quarta-feira, 3 de julho de 2019

Servidores da Saúde cruzam os braços e fazem protesto em frente à Governadoria

Os médicos e servidores estaduais da saúde vão paralisar as atividades nesta quarta-feira (3) e programaram uma manifestação em frente à Governadoria. O protesto está agendado para as 10h e, uma hora antes do ato, o movimento ainda era tímido. Os servidores cobram o pagamento dos salários.

Pelo que foi definido pela categoria, a paralisação será de um dia e será restrita ao pessoal da saúde que promete o funcionamento dos hospitais com o mínimo de profissionais possível por setor, em todo o Estado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do RN, Geraldo Ferreira, só vão funcionar os atendimentos de urgência e emergência nos hospitais.
Segundo ele, os médicos querem o pagamento dos salários atrasados de novembro, dezembro e 13º de 2018, e reivindicação de reajuste de 16,35% que a governadora Fátima Bezerra concedeu aos procuradores estaduais.
Geraldo Ferreira explicou que os médicos estaduais que, além do atraso dos salários e 13%, a categoria é contra a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ao Governo para não incorporar adicional de insalubridade, noturno e a gratificação de localização geográfica (deslocamento) na aposentadoria de servidores de nível superior. Ele também disse que há uma grande preocupação de que pessoas que se aposentaram depois de 2014 sejam obrigadas a devolver os valores dessas gratificações.

A diretora do Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde), Maria do Carmo, disse que o ato é para reivindicar o pagamento dos salários atrasados e cobrar o reajuste dos 16,38% concedido aos procuradores. “Ela (a governadora Fátima Bezerra) está dando reajuste aos procuradores que ganham mais de R$ 30 mil”.
Maria do Carmo complementou que estão confirmadas, amanhã, caravanas das regionais de saúde de todo o Rio Grande do Norte, como Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros. Segundo ela, os servidores vão cobrar os investimentos que o governo não faz na saúde. “O governo de Fátima Bezerra, do PT, não olha para a saúde do Rio Grande do Norte. “Os hospitais vão funcionar com o mínimo de profissionais em cada setor”.
Insatisfação
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta do Estado (SINSP), Janeayre Souto, criticou a postura do governo. Ela considerou o reajuste concedido aos procuradores em 16,38% como preconceituoso e discriminatório porque, segundo ela, descarta as demais categorias do funcionalismo que está há nove anos sem reajuste, e beneficia apenas uma categoria, que já ganha acima dos R$ 30 mil.

Ela também criticou a negociação do governo do Estado com os auditores fiscais e delegados de polícia para pagar um novo teto salarial reajustado em 16,38% parcelado em três vezes, a partir de maio, sendo duas parcelas de 5% e uma de 6,38% em julho.
Janeayre Couto disse que o governo do Estado está cada vez mais distante da grande maioria dos servidores e, por isso, a dificuldade de pagar os atrasados só aumenta. Os servidores que ganham o salário mínimo não receberam dezembro e o 13º de 2018. “Isso está levando o empobrecimento dos servidores e muitos estão em depressão”, afirmou.
Segundo a presidente do SINSP, desde que o governo iniciou em 2 de janeiro deste ano, a diferença entre o menor e o maior salário pago pelo Estado que era de 31 vezes aumento para 36 vezes em cinco meses. A comparação que ela faz é entre o menor salário pago no Estado, um salário mínimo em média R$ 1.000,00 (mil reais) e o de um procurador que era R$ 30 mil e com o reajuste de 16,38% passa para R$ 36 mil.
Greve
O clima de insatisfação dos servidores em relação à falta de proposta do Governo do Estado para reajuste de salários e pagamento dos salários atrasados pode levar funcionalismo da administração indireta, autarquias e fundações, a entrarem em greve a partir da próxima sexta-feira (5), disse o coordenador-secretário do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (Sinai), Santino Arruda.
De acordo com Santino Arruda, os servidores da administração direta e indireta, através do Fórum Estadual, reivindicam reajuste de 16,38%, o mesmo concedido aos procuradores estaduais pela governadora Fátima Bezerra. “Queremos o mesmo reajuste concedido aos procuradores”, afirmou. Segundo ele, o Sinai disponibilizou sua assessoria jurídica para demonstrar que o Governo não é obrigado a dar o reajuste de 16,38% aos procuradores. “Se o governo insistir em não dar aumento vai ter greve, sim”, anunciou o sindicalista. A proposta será discutida na sexta-feira.

Nenhum comentário :

Postar um comentário