Segundo fontes da investigação, Lucas dos Santos, 18 anos, confessou que matou o pastor e acusou de ser o mandante o irmão Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos, filho biológico de Flordelis. A motivação seria um caso extraconjugal de Anderson do Carmo.
Flávio Rodrigues, filho da deputada Flordelis, foi preso após enterro. Ele é apontado como um dos mandantes do crime - Cléber Mendes / Agência O DIA |
Rio - A Polícia Civil
aponta que, além de tramar a morte do pai adotivo, o pastor Anderson do
Carmo, Lucas dos Santos, de 18 anos, participou efetivamente da
execução, ocorrida na casa da família em Pendotiba, Niterói. Segundo
fontes da investigação, o jovem confessou que matou o pai e acusou de
ser o mandante o irmão Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos, filho
biológico da deputada federal Flordelis, de encomendar o crime. A
motivação seria um caso extraconjugal da vítima e os dois foram presos por outros crimes.
Várias equipes da Delegacia de Homicídios de Niterói,
São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) estão dividas na investigação para
concluir o mais rápido possível o caso. A quebra do sigilo telefônico
dos envolvidos foi solicitada à Justiça para reforçar as investigações.
As câmeras de segurança da casa do casal mostram nitidamente os
assassinos de touca ninja matarem o pastor. "Eles não eram criminosos
profissionais, diante do modus operandi do crime", diz uma fonte.
Lucas dos Santos foi adotado por Floderlis e
Anderson. Ele foi preso no domingo depois de descumprir medida protetiva
domiciliar por envolvimento com tráfico de drogas, quando ainda era
menor de idade. Como não havia se apresentado ao Fórum, teve um mandado
de prisão expedido.
Já Flávio é filho biológico da deputada, mas foi
registrado também pelo pastor. Ele foi preso no cemitério logo após o
sepultamento do pai adotivo devido também ao descumprimento, mas de uma
medida protetiva determinada em janeiro deste ano.
Existe a possibilidade dos cães não terem sido
dopados, o que deve ser confirmado nesta terça-feira, quando sai laudo
do exame toxicológico. Os animais podem não ter reagido por conhecerem
os participantes da execução.
Agentes da DHNSGI estão nas ruas em busca de outros
participantes do crime, entre eles um outro filho de Anderson do Carmo e
Flordelis. Também estão marcado para hoje outros depoimentos de filhos
do casal. Sem cravar a conclusão, a delegada Bárbara Lomba reforça que o
pastor foi executado.
"Pelo que apuramos, no crime, não investigamos
latrocínio. Não foi possível ao perito legista confirmar as lesões de
entrada e saída das balas, exceto de uma perfuração na cabeça", disse.
Ela também falou sobre as imagens do crime: "são ótimas".
Fontes ouvidas pelo DIA afirmam que a
defesa dos filhos de Flordelis pensam na possibilidade de defender os
suspeitos com a alegação de crime passional. Nesta segunda-feira, após
ser preso, a advogada de defesa da família chegou a falar nesse sentido.
"Sobre desavença, não tenho essa informação. Se
tivesse acontecido isso, eu saberia. Eu desconheço desavença, mas eu não
posso dizer se tinha ou não. Foi um caso brutal que leva-se a essa
especulação. Digamos que fosse um crime passional, acho que não tinha
desavença. Não sei detalhes da perícia, pois depois que a Flordelis saiu
daqui eu não voltei mais", falou Luciene Diniz Suzuki.
Após a prisão do filho no cemitério,
Flordelis rechaçou a participação dele no caso: "Isso é uma grande
mentira, uma inverdade. É especulação. Não vou permitir que ninguém
acuse nenhum dos meus filhos sem ter provas", reclamou.
Afirmação do governador
Nesta segunda-feira, o governador do Rio, Wilson
Witzel afirmou que a polícia trabalha com a hipótese de envolvimento de
um dos filhos do casal. "Estive (no domingo) com o secretário de Polícia
Civil e ele me disse que há suspeita de que um dos filhos adotados, não
sei se formalmente ou informalmente, teria praticado o crime. Agora,
está nessa linha de investigação. É um fato lamentável e espero que tudo
seja rapidamente esclarecido. Vamos acompanhar a investigação", disse.
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