Wellington Dias (PI) falou em nome do fórum de governadores da região
O governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT), é o único
presente hoje (14) no fórum, em Brasília, dos nove estados do Nordeste.
Ao chegar à reunião, o petista se apresentou como representante do Fórum
de Governadores do Nordeste e adiantou que o grupo quer conversar com o
presidente eleito, Jair Bolsonaro, para tratar de uma agenda comum da
região
“Alguns pontos avançaram, mas [em] outros não chegamos a um pleno
entendimento e, na data que for possível, estamos prontos para o diálogo
[com Bolsonaro]”, afirmou Wellington Dias, informando que há uma agenda
em curso com o governo do presidente Michel Temer.
O governador
reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), que está em Israel, enviou seu vice,
João Leão (PP). Wellington Dias negou que haja resistência por parte
dos governadores ausentes. “Quando recebemos o convite, vários
governadores estavam com missões no exterior, outros com compromissos,
com dificuldades de alteração [na agenda], então acertamos que eu
compareceria.”
Anfitrião do encontro,
o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também
disse que houve um desencontro de agendas. “Sei que cada um tem seus
problemas, o Renan Filho [governador reeleito de Alagoas], por exemplo,
está em viagem e nos comunicou, mas não tem nada de retaliação. Acho que
todos querem se integrar a esse novo modelo de administração.”
Não compareceram ao encontro os governadores eleitos e reeleitos da
Bahia, Rui Costa (PT); do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT); do
Ceará, Camilo Santana (PT); do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); de
Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); da Paraíba, João Azevêdo (PSB); de
Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD); e de Alagoas, Renan Filho (MDB).
Pauta
No encontro em Brasília
, Wellington Dias destacou que o principal ponto da agenda da região é a
segurança pública. “O Nordeste responde por pouco mais de 40% dos
homicídios no país. É uma situação muito grave para o país e para a
nossa região”, afirmou.
Os governadores também têm propostas para combater o desemprego e
promover o crescimento da economia, a partir de um política industrial
focada no desenvolvimento regional. A questão hídrica também está entre
as prioridades.
Norte
O governador eleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), chegou ao
encontro disposto a deixar claro que a realidade dos estados amazônicos é
distinta da vivida por estados do Sudeste e do Sul. Barbalho defendeu
que dentro do pacto federativo é fundamental que haja compensação
pela Lei Kandir.
“Todos devem contribuir e fazer o seu dever de casa. É necessário que
os estados possam ser mais eficientes no gasto público, possam
compreender o fortalecimento do desenvolvimento das duas economias para
ampliar a sua receita e a sua capacidade de investimento e otimizar a
utilização de mão de obra pra não inchar a folha”, disse acrescentando
que tais medidas devem ser analisadas paralelamente ao pacto
federativo.
Helder Barbalho defendeu ainda que governos federal e
estaduais trabalhem em conjunto. “Se o Brasil não der certo, os estados
não darão certo. Se os estados não tiverem capacidade de enfrentar os
seus desafios, a sobrecarga acabará recaindo sobre o governo federal.
Portanto, é hora de buscar caminhos conjuntos. Dissociar o governo
federal dos governos estaduais é absolutamente um equívoco”, alertou.
Carta
Ao final do encontro será elaborada uma carta do governadores.
Ibaneis Rocha disse o documento será um registro do encontro e não um
texto para o governo eleito. Na programação, está prevista a participação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE).
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