Os suspeitos de sempre intensificaram a gritaria contra Jair Bolsonaro
após Cuba abandonar o programa Mais Médicos do Ministério da Saúde. O
presidente eleito seria o responsável pela saída dos cubanos ao impor
mudanças nas relações de trabalho deles no Brasil.
Ora, mas o que de tão estapafúrdio exigiu Bolsonaro?
Em sua conta no Twitter, ele disse que condicionou a
continuação do programa a três itens: 1 - aplicação de testes de
capacidade; 2 - salário integral aos profissionais cubanos; 3 - liberdade para trazer suas famílias.
Quem poderia se opor a isso?
Quem acha justo que um trabalhador seja tungado por um governo déspota?
Quem seria contra a convivência de um pai com seus filhos?
Com certeza, os que não aceitam que o País, como é
natural em qualquer regime democrático, mudou o pêndulo para a direita.
Mas é querer demais dessa gente que ainda reza por uma cartilha do
século passado, com um conceito extravagante de democracia. Por ela,
Cuba não é uma ditadura, assim como Maduro é um grande estadista.
Na verdade, por mais que doa no coração das aves
agourentas, o discurso de Bolsonaro sobre o tema tem caráter
humanitário. Por força de um convênio assinado por dois governos (um
abusivo, outro conivente), 8.332 médicos cubanos trabalham em território brasileiro em condições análogas à semiescravidão.
Matéria publicada no R7 revela que o drama dos cubanos pode ser ainda maior.
Cento e cinquenta profissionais que deixaram o Mais
Médicos tentam na Justiça obter o direito de trabalhar no Brasil
ganhando o salário integral. Um deles, identificado apenas pela inicial
R, afirmou que "não achava justo ficarmos apenas com 25% do salário.
Além disso, casei com uma brasileira e tive um filho. Queria continuar
aqui”.
Ou seja, ao contrário do que se propaga por aí, ao
invés de 30% do salário, sobram apenas 25% dos R$ 11.865,50 pagos
mensalmente.
É humilhante.
Por isso, tantos desertaram.
Por isso, tantos querem permanecer aqui e lutam para receber o salário que lhes é devido.
Pelo colapso da saúde pública nacional, os médicos
cubanos tornaram-se fundamentais para o atendimento de 28 milhões de
brasileiros em 2.857 municípios espalhados por todo o país, notadamente,
nos lugares menos favorecidos pela ação do Estado.
A presença deles entre nós evita o agravamento de uma
situação que já é grave, mas que sejam tratados com a dignidade que
merecem.
Não como escravos.
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