Esta é a 8ª edição do Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX 2018), que começou no último domingo (18) e vai até o dia 30.
Começa neste domingo (18) e vai até o dia 30, em Natal, a 8ª edição do Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) – treinamento militar organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) que simula situações de guerra moderna. Exército e Marinha também participam. Esta edição reúne mais de 100 aeronaves, além de militares e observadores representantes de 14 nações.
Brasil, Canadá, Chile, França, Peru,
Uruguai e Estados Unidos estão presentes com militares e aviões. Já
Bolívia, Índia, Suécia, Reino Unido e Venezuela participam como
observadores. Portugal trará militares de forças especiais e, ao lado de
Alemanha e França, ministrará palestras em um seminário sobre o emprego
do poder aéreo em missões da Organização das Nações Unidas (ONU).
O exercício permite que os tripulantes
treinem o combate aéreo em operações combinadas, ou seja, diferentes
países atuando em cenários de conflito de maneira integrada e
cooperativa, promovendo a troca de experiências entre os integrantes das
forças aéreas participantes.
“A CRUZEX permite o intercâmbio de
competências operacionais. Além de estreitar os laços entre os países,
possibilita agregar conhecimentos de outras nações que possuem
experiências em cenários de ação conjunta”, afirma o diretor da CRUZEX, o
Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros.
Guerras convencional e não convencional
Os cenários preparados para o treinamento
envolvem guerra convencional e não convencional. No cenário de guerra
convencional, serão realizados os chamados “COMAOs”, sigla em inglês
para Composite Air Operations, em que um cerca de 40 a 50 aeronaves de
naturezas distintas decolam em sequência para (em tempo e espaço
limitados) realizar missões com objetivos comuns ou complementares.
Uma das novidades desta edição do
exercício é o treinamento em cenários de guerra não convencional, no
inglês UW scenario – sigla para Unconventional Warfare, onde o combate é
contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados
constituídos. Trata-se de situações encontradas em missões onde atua a
Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o diretor do exercício, a
importância para a FAB treinar esse cenário não convencional está na
possibilidade de o Brasil enviar aeronaves para integrar missões da ONU.
“Se acontecer, precisamos estar preparados”, explica o Brigadeiro
Medeiros. A CRUZEX vai permitir aos brasileiros treinarem ao lado de
militares estrangeiros que já realizam esse tipo de missão no contexto
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Aeronaves e delegações
Os países participantes deslocarão
aeronaves de caça, como os F-16 norte-americanos e chilenos; cargueiros e
reabastecedores, como os CC-130J canadenses.
Os EUA participam com
aproximadamente 130 militares, um reabastecedor KC-135 e seis caças
F-16. A Força Aérea Chilena participa com um esforço muito semelhante:
são cinco caças F-16 e um reabastecedor KC-135. A delegação, entre
pilotos e equipes de manutenção, terá em torno de 90 militares. Essa é a
quarta vez que o Chile participa da CRUZEX.
O Peru trará quatro caças A-37 e quatro
caças Mirage 2000, com uma comitiva em torno de cem militares. A França
participa com um cargueiro C-235; o Canadá com dois cargueiros CC-130J; e
o Uruguai com quatro caças A-37.
A Força Aérea Brasileira desloca para a
Ala 10 em torno de 70 aeronaves de múltiplas aviações, além dos caças
AF-1 da Marinha do Brasil, que participam pela primeira vez do
exercício.
CRUZEX
O Exercício Cruzeiro do Sul é uma operação
aérea multinacional comandada pela Força Aérea Brasileira desde 2002. O
objetivo é simular missões no ambiente de guerra moderna.
1ª Edição: Foi realizada
em 2002 a partir de Canoas (RS) e reuniu três países: Brasil, Argentina e
França. O Chile participou como observador.
2ª Edição: Aconteceu em
Natal dois anos depois, em 2004, e reuniu quatro países: Argentina,
Brasil, França e Venezuela. África do Sul, Peru e Uruguai foram
observadores.
3ª Edição: Foi em 2006, e
foi realizada em Anápolis (GO). Contou com a participação de sete
países: Argentina, Brasil, Chile, França, Peru, Uruguai e Venezuela.
4ª Edição: Foi realizada
em 2008, novamente em Natal, e participaram cinco países: Brasil, Chile,
França, Uruguai e Venezuela. Como observadores estiveram presentes
outros sete países: Bolívia, Canadá, Colômbia, Equador, Grã-Bretanha,
Peru e Paraguai.
5ª Edição: Em 2010 veio a
quinta edição, mais uma vez realizada em Natal (RN), e reuniu cinco
países (Brasil, Argentina, Chile, França e Estados Unidos) e outros seis
como observadores (Bolívia, Equador, Canadá, Inglaterra, Colômbia e
Paraguai).
6ª Edição: Foi em 2012, e
foi dedicada exclusivamente à área de Comando e Controle (CRUZEX C2).
Também ocorreu em Natal, e reuniu 12 países: Brasil, Argentina, Canadá,
Chile, Equador, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Peru, Suécia,
Uruguai e Venezuela. Portugal participou como observador.
7ª Edição: A última edição aconteceu há
cinco anos, em 2013. E a capital potiguar foi palco novamente. Na
ocasião, a CRUZEX Flight reuniu oito países: Brasil, Canadá, Chile,
Colômbia, Estados Unidos, Equador, Uruguai e Venezuela.
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