Via Agencia Brasil
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, rebateu hoje (21) as declarações feitas pelo deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP) de que seriam necessários apenas “um cabo e um soldado” para
fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). “No Brasil, as instituições
estão funcionando normalmente e juiz algum que honra a toga se deixa
abalar por qualquer manifestação que eventualmente possa ser
compreendida como inadequada”, disse Rosa Weber.
No vídeo que
circulou nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro está em uma sala de aula e
diz que “para fechar o STF nem precisa mandar um jeep, basta mandar um
cabo e um soldado”.
Questionado sobre o tema, o candidato do PSL à
Presidência, Jair Bolsonaro, disse desconhecer o vídeo com as
declarações do filho e afirmou que alguém tirou as falas de contexto.
Credibilidade
A entrevista coletiva convocada pelo TSE para este
domingo, em Brasília, serviu como um ato da Justiça e também dos órgãos
de segurança e de inteligência para reafirmar a credibilidade e lisura
do processo eleitoral no Brasil. Todos os participantes, que
representaram o TSE, órgãos de segurança e inteligência do governo, a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público Eleitoral, defenderam a inviolabilidade das urnas e a impossibilidade de fraude.
Questionados sobre as investigações quanto às
denúncias de divulgação em massa por empresas pagas por meio de caixa 2,
as autoridades foram protocolares. O processo corre sob sigilo e não
foi divulgado prazo para conclusão do inquérito e outros
encaminhamentos.
Segundo Elzio Vicente da Silva, delegado da Polícia
Federal na área de combate ao crime organizado, o inquérito será
concluído “em prazo razoável”, mas “imprevisível”.
O presidente da OAB, Cláudio Lamachia, disse que, em
caso de confirmação de fraude na campanha eleitoral, a entidade poderá
questionar o resultado das eleições. “Se tivermos qualquer situação
nesta linha vamos submeter ao plenário do Conselho da Ordem que, de
forma independente, irá agir”, disse.
Lamachia reiterou que é preciso confiar na “higidez
das instituições”. O advogado destacou que as fake news “não fazem bem” à
democracia e que o país precisa de equilíbrio e serenidade.
Clima polarizado
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional,
Sérgio Etchengoyen, afirmou que esta semana não deve ser vista como “a
véspera de um apocalipse”. Para ele, “o Brasil não é um país de
radicalismos nem de radicais”.
Etchengoyen também afirmou que, até o momento, o
setor de inteligência do governo não identificou “nenhuma operação
sistemática de desestabilizar as eleições” e não há indício de ameaças
ao pleito do próximo fim de semana.
“A partir da próxima segunda-feira (29), teremos um
único presidente da República, que será obrigatoriamente o presidente de
todos nós. Se o momento é difícil, o Brasil sempre encontrou a forma, o
momento e as convergências para construir a conciliação necessária e a
pacificação”, afirmou.
O ministro minimizou o impacto das notícias falsas (fake news) no curso da campanha presidencial.
“Existem muitos instrumentos para interferência do processo eleitoral. Fake news talvez seja o menor deles”, destacou.
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