domingo, 28 de outubro de 2018

Fátima Bezerra é eleita governadora do Rio Grande do Norte

Fátima falou com a imprensa após a confirmação da vitória
A senadora Fátima Bezerra (PT) é a governadora eleita do Rio Grande do Norte. Com 100% das urnas apuradas, ela teve 1.022.910 votos, o que significa 57,60% do total da votação válida. O candidato do PDT, Carlos Eduardo, recebeu 753.035 votos, o que representa 42,40%. De acordo com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN), Glauber Rêgo, o resultado final do segundo turno saiu bem antes do horário previsto. O TRE confirmou o resultado às 18h40. "8% dos votos ainda faltam ser apurados, mas a diferença já é superior a esse número, então, por conta disso Fátima Bezerra já é considerada eleita", disse Rêgo.

Fátima Bezerra (PT), 63 anos, pedagoga formada pela UFRN, nasceu em Nova Palmeira (PB), em 19 de maio de 1955. Atualmente senadora, já foi deputada estadual entre os anos de 1995 e 2003, depois entre 2003 e 2015, quando assumiu a cadeira de senadora.

Com esta eleição, é a única mulher entre os 27 governadores eleitos neste ano no país. Com a posse, em primeiro de janeiro, será também a primeira vez que uma filiada ao Partido dos Trabalhadores exerce o governo do Estado. Em coletiva de imprensa na noite deste domingo, ela considerou a vitória deste domingo histórica para o estado. Segundo a petista, a vitória “significa a primeira eleição da história do Rio Grande do Norte de uma candidata de origem popular”. “Interrompemos um ciclo de eleições de oligarquias no Rio Grande do Norte”, declarou.
Ao lado de correligionários e de apoiadores de outros partidos, Fátima afirmou que a sua eleição foi resultado de “esperança e luta” e de alianças pluripartidária no segundo turno. A candidata eleita falou ao lado do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira (PSDB) e de nomes como Carlos Alberto e Robério Paulino, ambos do PSOL. “Quero agradecer apoio a cada um que acreditou que nós podemos fazer o melhor pelo Rio Grande do Norte”, continuou.
Questionada sobre as primeiras medidas do mandato, Fátima afirmou que precisa primeiro organizar o período de transição. “Eu não posso adiantar nada porque eu preciso primeiro sentar e planejar o período de transição, que é muito importante”, afirmou, acrescentando que ainda não tem nenhum nome para a equipe de secretários. Por fim, lamentou a derrota do candidato Fernando Haddad para presidente do Brasil e ressaltou que está preparada para governar em qualquer cenário. “Eu tenho que defender a escolha e os anseios do povo do Rio Grande do Norte e vou fazer isso com muita coragem”, finalizou.


No primeiro turno, Fátima Bezerra teve 748 mil votos (46,2% dos votos válidos), ficando definido o segundo turno contra o pedetista, que recebeu 526 mil votos (32,5% dos válidos).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada neste ano no Rio Grande do Norte é de 3,5 milhões de pessoas, o 16º Estado mais populoso do País. Em termos de renda domiciliar, está em 20º lugar, com média de R$ 845 por mês, de acordo com dados de 2017 do instituto. Em 2017, as receitas orçamentárias do RN, recursos financeiros que entraram nos cofres públicos, totalizaram R$ 13,5 bilhões, também segundo o IBGE.
Durante a campanha, Fátima reconheceu a necessidade de se ter um ajuste fiscal para assegurar recursos ao pagamento em dia do servidor e o Estado retomar a capacidade de fazer algum investimento.
“Vamos fazer com a despesa de pessoal seja menor que a receita, sem demitir servidores. Conter despesas e eliminar sobreposições de funções e investir em inovação tecnológica, digitalização de processos e documentos, serviços online e incentivar permanência de servidores na ativa, reduzindo o ritmo de aposentadorias”, disse Fátima Bezerra, durante ao conceder entrevista à TRIBUNA DO NORTE. “Atuaremos em duas frentes, expandindo receitas e contendo despesas”, completou.
Ao conceder entrevista a TN, Fátima Bezerra também disse estar confiante de que não terá dificuldades nas votações da Assembleia Legislativa dos projetos e reformas que enviar para apreciação. “Dos deputados estaduais eleitos, mas da metade nos apoia no segundo turno, o que expressa a confiança na governabilidade do nosso projeto”, comentou.
Ela afirmou também, na ocasião, que pretende convocar os Poderes Judiciário e Legislativa para que colaborem no ajuste fiscal. “A Assembleia, o Executivo e os demais Poderes têm papel importante na superação da crise pela qual passa o Estado. A marca do meu governo será o diálogo e a união”, garantiu
Com relação à segurança pública, um dos principais desafios para a governadora que assume em janeiro, disse que pretende investir em inteligência e valorização de policiais.
“A segurança é um problema nacional, não é exclusivo do Estado. Vamos atuar na valorização dos policiais, investir na eficiência da investigação policial, em equipamentos e no uso de novas tecnologias, inteligência, videomonitoramento, produção de pesquisas, dados e retomar o controle do sistema penitenciário”, assegurou.

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