Tribuna do Norte
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
estabelecida para 2017 apresentou dados preocupantes no Brasil e no Rio
Grande do Norte. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo
Ministério da Educação (MEC), é o principal indicador de qualidade da
educação brasileira, avaliando o ensino fundamental e médio no país, com
base em dados sobre aprovação nas escolas e desempenho dos estudantes
no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O Rio Grande
do Norte está entre os piores do país nos resultados do Ensino Médio da
rede pública estadual.
RN tem um dos piores desempenhos do Brasil no Ensino Médio
A meta do Ideb para 2017 foi alcançada somente
nos anos iniciais do ensino fundamental, etapa que vai do 1º ao 5º ano.
A etapa alcançou 5,8 (em uma escala que vai de 0 a 10), quando a meta
estipulada era de 5,5. No ensino médio, etapa mais crítica, o índice
avançou 0,1 ponto, após ficar estagnado por três divulgações seguidas,
chegando a 3,8. A meta para 2017 era 4,7.
Nos anos finais do ensino fundamental, do 6º
ao 9º ano, a meta foi descumprida pela primeira vez em 2013 e não
atingiu mais o esperado. Em 2017, com Ideb 4,7, o país não alcançou os 5
pontos esperados.
"Apesar do crescimento observado, o país está
distante da meta projetada”, avalia o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Ideb.
Desde a criação do indicador, em 2007, foram
estabelecidas diferentes metas (nacional, estadual, municipal e por
escola) que devem ser atingidas a cada dois anos, quando o Ideb é
calculado. O índice vai de 0 a 10. A meta para o Brasil é alcançar a
média 6 até 2021, patamar educacional correspondente ao de países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Nos estados
O ensino médio é a etapa mais crítica, com a
meta descumprida em todos os estados. Além de não terem alcançado o
índice esperado, cinco estados tiveram redução no valor do Ideb entre
2015 e 2017: Amazonas, Roraima, Amapá, Bahia e Rio de Janeiro. O estado
com melhor Ideb, o Espírito Santo, obteve 4,4 pontos, não atingindo a
meta de 5,1 para o estado.
O Rio Grande do Norte aparece com o terceiro pior Ideb do país, com 2,9, ficando à frente somente da Bahia (2,7) e Pará (2,8).
Nos anos finais do ensino fundamental, sete
estados alcançaram ou superaram a meta proposta para 2017: Rondônia,
Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso e Goiás. A situação
melhorou em relação a 2015, quando cinco estados alcançaram a meta. No
ano passado, Alagoas e Rondônia somaram-se à lista. Minas Gerais foi o
único estado que teve queda do Ideb na etapa de ensino em 2017.
Já nos anos iniciais do ensino fundamental,
apenas os estados do Amapá, Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul não
alcançaram as metas para 2017. Oito unidades federativas alcançaram Ideb
igual ou maior que 6: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Ceará,
Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. Na etapa, a maior
diferença positiva em relação à meta ocorreu no Ceará que, com um Ideb
6,2, superou a meta 4,8 para o estado em 1,4 ponto.
Na análise do Inep, os números mostram avanços
importantes, sobretudo nos anos iniciais do ensino fundamental, mas
também, algumas preocupações que precisarão ser discutidas no âmbito das
escolas.
A autarquia ressalta que será necessário
“indispensável apoio e colaboração dos níveis mais elevados de gestão
nos municípios, nos estados e no Ministério da Educação, para que o
desempenho dos estudantes brasileiros possa seguir uma trajetória de
melhoria”.
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