Jornalistas Livres
O deputado
federal Rogério Marinho (PSDB) está sendo bem pago por ter liderado as mudanças
da reforma trabalhista. Porta-voz no Congresso Nacional dos inimigos da CLT,
até a quinta-feira (6) havia recebido mais de meio milhão (exatamente R$
537.850,00) de empresários, o que representa 74% do montante já arrecadado para
a sua campanha à reeleição.
O relator da
reforma que flexibilizou mais de 100 artigos das leis trabalhistas declarou
também o recebimento de R$ 200 mil doados pela direção nacional do PSDB, R$ 6
mil de origem desconhecida e ele próprio colocou R$ 500 em sua campanha.
Quem mais
aposta em Rogério são os donos das Lojas Riachuelo. A doação mais alta, de R$
100 mil, saiu do bolso de Nevaldo Rocha, fundador da empresa. O filho e CEO da
rede, Flávio Rocha, também fez sua contribuição, de R$ 50 mil.
Renato
Feitosa Rique injetou R$ 70 mil na conta da campanha, sendo a segunda maior
doação. De acordo com o site Consulta Socio, Rique tem ações em 47 empresas nos
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Bahia. Entre as empresas dele está
a Aliansce, uma das maiores administradoras de shopping centers do país.
Outros R$ 51
mil foram do presidente e sócio majoritário do Grupo SBF, que comanda a rede
varejista Centauro, Sebastião Vicente Bomfim Filho. O tucano recebeu ainda R$
20 mil de João Boschilia Appolinario. O Consulta Socio diz que ele está em nada
menos que 297 empresas, entre elas a Polishop.
José Salim,
maior acionista da Localiza, também deixou sua contribuição: R$ 50 mil.
Empresários da RaiaDrogasil, Habib’s, Magazine Luiza, Miranda Computação,
Associação Médica do RN também estão entre os doadores.
Empresários, artistas e até modelos doaram para deputados do RN
Até o
momento, a pessoa que mais investiu no deputado Fábio Farias (PSD) foi o empresário
que deixou em abril a Secretaria de Turismo, Ruy Gaspar, com R$ 10 mil. Ao
todo, ele já recebeu R$ 1.070.128. Desse montante, 1,035 milhão veio do fundo
partidário.
Humberto da
Cunha Machado repassou R$ 4 mil para a campanha do filho do governador. Outras
pessoas depositaram entre R$ 2 mil e R$ 1 mil, como as modelos Vanessa Muniz e
Patrícia Azevedo Pessoa, o produtor Flávio Ezequiel Da Fonseca Milfont Filho e
o empresário Edgar Bezerra Salustino Neto.
Ao deputado
Walter Alves (MDB) foi destinado R$ 1,5 milhão do fundo partidário e R$ 3 mil
do forrozeiro Briola.
Beto Rosado
(PP) conseguiu R$797.550 da direção nacional da legenda mais R$ 1.300 divididos
entre dois cargos comissionados do seu gabinete: Deborah Fernanda Araújo Dias e
Leila Bandeira Honorato Rego. A primeira ganha em torno de R$ 7 mil por mês e a
segunda, R$ 3 mil (remuneração mais benefícios).
Os deputados
Antônio Jácome (Podemos) e Zenaide Maia (PR) deixarão a Câmara para tentar vaga
no Senado. Ele recebeu R$ 500 mil do fundo partidário. Ela, R$ 400 mil, além
dos R$ 50 mil que ela própria destinou.
Rafael Motta
(PSB) ainda não prestou contas e Felipe Maia (DEM) não se candidatou à
reeleição.
Financiamento
Desde as
Eleições 2016, as doações de pessoas jurídicas estão proibidas. Conforme estabeleceu
o STF, está autorizada apenas a contribuição por pessoas físicas, que podem
doar o valor limite de 10% do rendimento bruto declarado à Receita Federal no
Imposto de Renda do ano anterior do pleito.
A legislação
prevê ainda a arrecadação por meio de comercialização de bens e/ou serviços ou
promoção de eventos de arrecadação realizados diretamente pelo candidato ou
pelo partido; e receitas decorrentes da aplicação financeira dos recursos de
campanha. As siglas podem usar recursos do fundo partidário e do fundo
eleitoral. As verbas são divididas entre os partidos de acordo com o número de
deputados federais.
Os
financiamentos coletivos, também chamados de “crowfunding” ou “vaquinha
virtual”, foram autorizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro
de 2017.
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