quinta-feira, 12 de julho de 2018

Ministério garante R$ 239 milhões ao RN para conclusão de Oiticica, mas barragem só deve ficar pronta em 2019

Barragem deveria ser entregue ainda este ano, mas governo admite que recursos iniciais não foram suficientes para a execução de serviços e estudos complementares.

Barragem de Oiticica deve ser entregue em 2019 (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)

 Os recursos necessários para a conclusão da barragem de Oiticica, na região Seridó potiguar, foram garantidos nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Integração Nacional. Mais R$ 239 milhões serão disponibilizados ao Governo do Rio Grande do Norte. O dinheiro vai ser liberado de acordo com o avanço das obras, totalizando R$ 550 milhões. No entanto, a barragem só deve ser concluída em 2019.

As obras deveriam terminar ainda este ano. Contudo, na manhã desta quinta-feira (12), a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) confirmou ao G1 que os recursos iniciais não foram suficientes. "Serviços e estudos complementares que não estavam previstos no projeto original apareceram", explicou o secretário Mairton França. Os recursos foram solicitados ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e a iniciativa foi baseada na recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU). 
Oiticica fica no município de Jucurutu, distante 260 quilômetros de Natal. Quando pronta, beneficiará aproximadamente 330 mil pessoas com oferta de água nas regiões do Seridó, Vale do Açu e região Central. Com capacidade para 560 milhões de metros cúbicos de água, será o terceiro maior reservatório do estado. A barragem vai receber águas do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
A barragem foi idealizada há quase 70 anos, mas só começou a ser construída em 2013. Inicialmente, tinha previsão de conclusão para 2015. Quando pronta, Oiticica terá uma extensão de 7 quilômetros. O paredão principal, de concreto compactado a rolo, tem cerca de 4,5 km de extensão.

Histórico de atrasos

A barragem de Oiticica passou por inúmeras etapas e estudos de viabilidade. A primeira delas teve início em 1950 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs. A segunda, teve início em 1989, realizado por um convênio entre o governo do Rio Grande do Norte e o próprio Dnocs, tendo sido novamente paralisada em 1993..
Os estudos foram novamente recomeçados e o projeto, que até então previa um reservatório com 1 bilhão de metros cúbicos de capacidade, beneficiando municípios potiguares e também algumas cidades da Paraíba, foi alterado. Foi quando a barragem passou a contar com a metade da capacidade original. Em 2007, após licitação para a escolha da empreiteira que deveria transformar o sonho em realidade, o Tribunal de Contas da União contestou o resultado da licitação por enxergar irregularidades no processo.
  Em 2013, Oiticica foi desengavetada e incluída no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2, passando a beneficiar apenas municípios do RN. Naquele ano, então, as obras finalmente foram iniciadas. Na ápoca, a previsão era de que o reservatório fosse inaugurado em dois anos. Porém, as constantes interrupções em razão dos retardos e queda dos valores, além da falta de solução para os projetos sociais (desapropriações, cemitério e novas moradias) levou a quatro paralisações por parte de um movimento que representa os moradores da região, atrasando a construção.
Três contratos garantem a execução das obras. Segundo a Semarh, a parede da barragem é de responsabilidade do consórcio EIT/Encalso. Já a construção da Nova Barra de Santana, está por conta do consórcio Solo Moveterras/Consbrasil. E ainda tem a KL Consultoria, empresa contratada para cuidar dos estudos, projetos executivos, supervisão e acompanhamento das obras.
A construção demanda a desapropriação de terras e a construção de praticamente uma nova cidade. Na Nova Barra de Santana, irão morar cerca de 1.500 pessoas.

Nenhum comentário :

Postar um comentário