terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Pró-Sertão dobra número de oficinas de costura no RN

Zeca Medeiros quer ampliar oficina que já emprega 151 pessoas
Revitalizar a indústria têxtil no interior do Rio Grande do Norte incentivando os microempresários locais: esse é o objetivo do programa Pró-Sertão. Criado em 2013 pelo Governo do Estado, o programa chega a seu quinto ano sem ter alcançado o nível de crescimento projetado a princípio – 300 oficinas em atividade até 2017 - , mas dobrou o número de oficinas de confecções no Estado. Para os empresários locais, a estagnação foi provocada principalmente pela crise econômica nacional, que não poupou o setor têxtil. Com a crescente retomada da economia e a aprovação da reforma trabalhista, no entanto, especialistas estão confiantes de que, em 2018, o projeto vai ganhar fôlego para voltar a crescer.
Os microempreendedores do Seridó, região onde está concentrada a maior parte das oficinas, são os mais otimistas em relação a retomada do crescimento. Eles esperam que grandes empresas que já tem parceria com os produtores locais - como a Guararapes, a Hering e a RM Nor – aumentem os investimentos na região. Muitos, inclusive, já estão se preparando através da ampliação das instalações físicas dos galpões de costura e capacitando mão de obra reserva para trabalhar nas oficinas.
Com uma população pouco maior que 11 mil habitantes, o município de Cerro Corá, no seridó do Estado, possui três oficinas de confecção. Zeca Medeiros, proprietário da Zaja, a maior oficina local, emprega 151 pessoas, e admite já estar trabalhando com a perspectiva de crescimento. “Fiz uma ampliação e agora o galpão tem capacidade para comportar 300 colaboradores trabalhando. Hoje, temos a metade disso, mas já estamos entrando em contato com novas empresas no sudeste e fechando alguns acordos. Temos capacidade de produzir mais”, conta Zeca.
Não são apenas os microempreendedores que estão investindo mais para se recuperar da crise. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, anunciou que pretende investir mais R$ 1 milhão ao longo de 2018 em uma série de ações para o fortalecimento da cadeia produtiva têxtil no Estado. Entre as ações previstas estão a ampliação do mercado e a realização de mais consultorias tecnológicas para as oficinas, que serão dadas pelo SENAI. O superintendente do Sebrae, Zeca Melo, conta que é preciso continuar reforçando o apoio ao setor. "Eu digo sem medo que esse programa é o maior gerador de empregos no Seridó. Desde que começamos o Pró-Sertão, observamos que há muita vontade por parte dos empreendedores locais em crescer, aumentar o nível de profissionalização e se inserir no mercado nacional", diz Zeca.
A opinião é compartilhada pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales. “Desde que começamos o Pró-Sertão, os impactos puderam ser observados nos indicadores socioeconômicos desses municípios. São José do Seridó, a cidade que concentra o maior número de oficinas de costura no Estado, possui pleno emprego, em uma época na qual o desemprego ainda é regra, não apenas no Rio Grande do Norte, mas no Brasil”, relata Amaro.
A atuação da Fiern no Pró-Sertão se dá principalmente através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), capacitando a mão de obra para trabalhar no setor. Desde sua criação, 4 mil pessoas receberam a formação necessária para trabalhar nas oficinas de costura, em especialidades que vão desde a costura até o corte industrial.

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