domingo, 12 de setembro de 2021

Tulio Lemos: Fátima. Aceitação baixa e rejeição alta

Única governadora do país, Fátima Bezerra aposta em romper | Geral

A governadora Maria de Fátima Bezerra está em aparente situação confortável para renovar seu mandato no próximo ano. Aparente pelo fato de que até o momento, não apareceu um candidato que esteja bem situado junto ao eleitorado, disponha de apoio político consistente e realmente queira disputar o cargo. Quem chega mais perto dessa situação é o prefeito de Natal, Álvaro Dias. Reflete boa imagem perante o eleitorado, tem apoio político, mas aparenta não querer disputar. Em seguida, vem o ex-prefeito Carlos Eduardo, que está bem diante do eleitorado, mas não tem respaldo politico e parece não querer ir para o embate do Executivo. Deseja o Senado.

Diante desse quadro, Fátima imagina que não terá adversário de peso para disputar o pleito. Engano da filha de Dona Luzia. Fátima Bezerra tem hoje um percentual de apenas 14% de intenção de voto na pesquisa espontânea. Ou seja: de cada 100 pessoas pesquisadas, apenas 14 dizem votar em Fátima. Sabemos que a pesquisa espontânea busca saber o que realmente as pessoas têm em mente sem nenhum tipo de influência. É o que está na cabeça do eleitor.

Fátima não está na cabeça do eleitor de forma espontânea, natural. E isso não é bom para quem está no exercício pleno do mandato, divulgando ações e realizações, com pauta positiva multiplicada. A governadora tem o dobro de rejeição em relação ao que apresenta na aceitação.

É bem verdade que a rejeição do eleitor é colhida de forma estimulada, apresentando nomes. Ao ver o nome de Fátima, mais de 30% do eleitorado diz que não vota na irmã de Tetê de forma alguma. É forte. É significativo. Ela tem 14% de aceitação e mais de 30% de rejeição. São números da pesquisa que foi comemorada pelos aliados do próprio Governo.

Mas, falemos da aceitação estimulada da governadora. Ela apresentou, na pesquisa BG/Agora Sei, seu melhor desempenho até agora. Mesmo assim, ficou com 33% de aceitação. Não é um número confortável para quem está no exercício integral do Governo. Um comparativo superficial revela que esse percentual de Fátima não lhe garante tranquilidade para buscar uma reeleição com cenário em 2022 ainda imprevisível.

Basta ver a situação do ex-prefeito Carlos Eduardo. Sozinho, sem cargo, sem mandato, antipático, não conversa com ninguém, não gasta um centavo, seu partido não tem força política nenhuma no interior, na capital está isolado… Mesmo assim, Carlos Eduardo aparece com quase 20% de intenção de votos na pesquisa, pouco mais de 10 pontos afasta a governadora do segundo colocado. Isso não é conforto para quem está no Governo.

Fátima deveria contabilizar percentual de 40 a 50 pontos, agora. Pois historicamente, o governante cai um pouco na campanha, é o que o marketing chama de ‘gordura’ a perder sem comprometer o resultado final. Portanto, Fátima não está obesa eleitoralmente. Pelo contrário, precisa de suplemento alimentar para ganhar massa eleitoral e evitar que os adversários imponham uma dieta forçada que faça a filha de Seu Severino perder votos e apoios.

Distância da classe política que lhe apoia, salto alto mesmo aparentando simplicidade, comportamento agressivo do PT com aliados, comunicação impessoal sem efeito prático, são alguns pontos que podem contribuir para a anorexia eleitoral de Fátima, a provocar falência de órgãos vitais, com risco de comprometimento de todo o organismo político eleitoral.

Sem mudança efetiva, o resultado pode ser a sepultura eleitoral, pois a arrogância é parceira do fracasso. A mudança é aliada do sucesso. Ou seja: Maria de Fátima Bezerra pode até não ter um adversário à altura no momento. O que nos apresenta que o espelho pode ser sua derrota. Mas há tempo para mudança. Em política, nada é definitivo até a abertura das urnas.

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