Ibama monitora situação desde 2 de setembro
A mancha de óleo que atingiu o litoral do Nordeste chegou a mais
quatro localidades, todas no Maranhão, de acordo com o balanço mais
recente divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que monitora a situação desde o
dia 2 de setembro. A mancha chegou a todos os estados do Nordeste, com
exceção da Bahia. Ao todo, 105 localidades de 48 municípios foram
atingidas.
Uma investigação do Ibama, com apoio do Corpo de Bombeiros do
Distrito Federal, aponta que o petróleo que está poluindo todas as
praias seja o mesmo, e a origem não é do Brasil.
“Esse tipo de acidente nunca tinha acontecido aqui no Brasil.
Normalmente, as manchas de origem desconhecida, que é o caso dessa, são
de pequeno impacto e abrangem só um estado. É a primeira vez que a gente
está vendo um acidente, sem poluidor conhecido, atingir tantos
estados”, disse a coordenadora geral de Emergências Ambientais do Ibama,
Fernanda Pirillo.
Segundo Fernanda, o número de localidades atingidas pelo óleo ainda
pode aumentar. “A gente ainda está fazendo o diagnóstico. Muitas praias
ainda não foram vistoriadas. Pode ser que óleo seja encontrado em outros
locais, aumentando esse número”.
O petróleo foi encontrado em nove tartarugas, seis delas encontradas
mortas, e em uma ave, também morta. Segundo o Ibama, não há evidências
de contaminação de peixes e crustáceos, mas a avaliação da qualidade do
pescado capturado nas áreas afetadas para fins de consumo humano é
competência do órgão de vigilância sanitária.
“A gente orienta aos banhistas que não tenham contato com esse óleo e
que se o encontrarem em alguma praia, que façam contato com os órgãos
públicos indicando o local em que foram encontradas”, disse a
coordenadora. A orientação vale para pescadores e demais profissionais
que atuam nas praias.
Foi encontrado óleo em locais turísticos como Porto de Galinhas, em
Ipojuca (PE); Boa Viagem, em Recife (PE); Pipa, em Tibau do Sul (RN);
Tambaba e Praia do Amor, em Conde (PB); entre outras.
Origem do petróleo
A investigação do Ibama aponta que o petróleo que está poluindo todas
as praias é o mesmo. Trata-se de petróleo cru, ou seja, não se origina
de nenhum derivado de óleo, como gasolina e outros. Contudo, a sua
origem ainda não foi identificada. Em análise feita pela Petrobras, a
empresa informou que o óleo encontrado não é produzido pelo Brasil.
Mesmo sendo de origem estrangeira, os responsáveis estão sujeitos a
multas de até R$ 50 milhões, em conformidade com a Lei de Crimes
Ambientais, Lei 9.605/1988, segundo Fernanda.
O Ibama informou que requisitou apoio da Petrobras para atuar na
limpeza de praias. Nos próximos dias, a empresa disponibilizará um
contingente de cerca de 100 pessoas.
O Ibama orienta as pessoas que identificarem manchas de óleo em
alguma praia a entrarem em contato com a prefeitura do local e com o
instituto por meio da Linha Verde, no número 0800618080.
Resgate de animais
As organizações que atuam em parceria com o Ibama no resgate de
animais também orientam as pessoas a entrar em contato para avisar de
animais encontrados com óleo no corpo. O Projeto Cetáceos da Costa
Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), é
um desses parceiros, e divulgou uma lista no Facebook de entidades que devem ser procuradas, em cada estado,
A entidade pode ser contatada pelo telefone 084 99943 0058 e 084 98843 4621. As ligações podem ser feitas a cobrar.
De acordo com o PCCB-UERN, o atendimento aos animais com óleo segue
protocolos técnicos nacionais e internacionais e é realizado por
profissionais que passam por treinamentos e têm autorizações
específicas. Dessa forma, são resguardadas a segurança e a salubridade
do animal, dos profissionais e a da população.
O que fazer:
1. Ligue imediatamente para equipe do PCCB-UERN e informe detalhes
sobre a situação (se é golfinho, baleia, tartaruga marinha, peixe-boi ou
ave marinha, se está vivo ou morto e local do encalhe) e se possível,
envie fotos ou vídeos via WhatsApp;
2. Não entre em contato com o óleo. Perigo de alta toxidade! Não
tente limpar com sabão, areia, ou qualquer produto químico. Essas
substâncias podem disseminar a contaminação do óleo no ambiente e no
animal;
3. Não devolva o animal ao mar. Animais encalhados precisam de
avaliação clínica especializada. Caso devolvido sem cuidados adequados, o
animal poderá encalhar novamente;
4. Isole a área, evite barulho, conversas, e movimentos que possam
estressar o animal. Não alimente e nem force a ingestão de líquidos;
5. Proteja o animal do sol (com guarda-sol, panos limpos) e aguarde a chegada da equipe de resgate.
Fonte: PCCB-UERN
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