domingo, 10 de fevereiro de 2019

Filha de paciente denuncia situação crítica e de abandono no Hospital Tarcísio Maia

Senhor de 99 anos acabou não resistindo e faleceu
Corredores lotados, calor e matagais em áreas próximas ao atendimento de pacientes. Essa é a situação do Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, na região Oeste do RN. O portalnoar.com.br foi procurado para denunciar o caso. Em imagens cedidas à reportagem, a acompanhante de um paciente de 99 anos, que estava com pneumonia e que foi internado em 31 de janeiro, relatou os cenários encontrados na principal unidade hospitalar do Oeste do RN. O homem não resistiu e faleceu nesse sábado (9).
Na denúncia, Maria Helena mostra pacientes aguardando ou sendo atendidos em macas nos corredores. “É um verdadeiro abandono com a população que precisa dos serviços do SUS. A situação é muito crítica”, narrou.
Ainda de acordo com ela, na chegada ao hospital, o seu pai ficou na maca da ambulância do município de Ipanguaçu, de onde eles partiram em busca do atendimento. “Eu só consegui que ele fosse para a UTI depois de muita briga e com uma medida judicial”, explicou.
Em outro trecho do vídeo, a mulher mostra duas áreas com matagais. Segundo ela, o mato contribui para a proliferação de mosquitos e outros animais. Além disso, ela retratou o calor nas instalações do hospital. “Os ventiladores não dão conta do calor. É um abandono total”, pontuou.
Maria Helena ainda criticou a gestão da unidade hospital de Mossoró. “Eu estou velando meu pai neste momento por causa do descaso. Eu sei que a situação dele era complicada, mas ele foi tirado da UTI sem ter condições. Eu vi isso quando ele foi tirado. A direção foi muito rude no atendimento. São vidas humanas que estão sendo tiradas por falta de assistência”, reclamou.
Em contato com o portalnoar.com.br, o diretor do hospital, Eliezer Laurindo da Silva, reconheceu a situação dos corredores cheios e disse que a administração busca soluções para o problema. “Estamos conscientes do tamanho do problema. É algo que tem solução, mas que não se resolve de uma hora para outra”, explicou.
O médico destacou ainda que está no cargo há apenas um mês e que já conseguiu reduzir o número de pacientes atendidos nos corredores da unidade. “Há cerca de 15 dias esse número era bem maior. Estamos conseguindo transferir para outros hospitais e também para nossas enfermarias. E também estamos conseguindo realizar algumas cirurgias que estavam pendentes”, disse.
“Nós temos um impasse em relação às cirurgias traumatológicas e fica impactando o recebimento no pronto-socorro. Nesta semana, não temos material para cirurgias, mas na outra daremos continuidade”, acrescentou.
Em relação ao matagal, Eliezer explicou que está tratando de uma parceria com a Prefeitura de Mossoró para realizar o serviço. “É algo simples de se resolver, não vejo nada demais”, finalizou.

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