quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Abelardo Macedo, exemplo de luta e determinação


Abelardo Macedo, nasceu no dia 24 de abril de 1935, no sítio coroas limpas, município de Santana do matos. Filho do casal Lauro e Nobilia Macedo, com os quais permaneceu apenas até os dois anos de idade, passando a residir com o casal Zacarias Fernandes Jales e Virgínia Fernandes Barros, prima legítima de sua mãe que por problema fisiológico não poder conceber filhos, mas não perdeu o contato com seus pais e irmãos que eram dez.

Desde cedo acompanhou seu adotivo Zacarias nos trabalhos diários que além da agricultura, aprendeu outros ofícios, como consertar máquina de costura e cortar cabelo. Foi com esses dons que, ainda jovem passou ajudar seus pais adotivos. E em 28 de janeiro de 1962, aos 26 anos de idade, casou-se com Luiza Marfisa de Macedo cuja união veio 8 filhos.

Vivia da agricultura, porém, para aumentar a renda familiar decidiu sair a cavalo pelas comunidades vizinhas prestando serviços mecânicos e de barbearia. Como suas andanças virou rotina, começou a receber encomendas de remédios e foi com onde começou o gosto pelo ramo farmacêutico, sendo convidado por José Anselmo (in memoriam) que tinha uma farmácia em Santana do Matos, para lhe auxiliar e adquirir experiência no ramo. Então ele se deslocava para a cidade de Currais Novos para comprar medicamentos na farmácia de Expedito Araújo (in memoriam), para revender zona rural de Santana do Matos.

Quando seu pai adotivo, Zacarias faleceu, ele decidiu vender as terras, pois apesar de trabalhar na agricultura desde criança, não era essa área que gostava de atuar. Durante o tempo que estava decidindo o que fazer, ficou sabendo que na cidade de Lagoa Nova não tinha farmácia e em uma de suas viagens à capital do estado, onde sua mãe legítima residia, fez alguns contatos com distribuidores de medicamentos e de natal veio para Lagoa Nova, onde com ajuda de Orlando Macedo (in memoriam), alugou uma casa ao lado da igreja matriz de São Francisco de Assis e um ponto comercial no mercado público.

Para a surpresa de todos, em 08 de dezembro de 1973, fez a mudança mais importante de sua vida, colocando toda a família em um caminhão e seguiu com destino a cidade de Lagoa Nova e junto com a mudança, o mais importante, a esperança de dias melhores. E foi com essa esperança que subiu a serra em busca de uma vida melhor para sua família. Ao chegar em Lagoa Nova acomodou seus familiares e partiu com destino à capital do estado para realizar a primeira compra de medicamentos com o dinheiro que conseguiu com a venda das terras. Retornando a Lagoa Nova e deu início ao seu novo ramo de comercio, uma farmácia, a qual deu o nome de “A Milagrosa, sendo então a primeira farmácia do município e teve como primeira cliente a Srª Dona Bela (in memoriam).

Por ser uma pessoa bastante carismática, a população o recebeu muito bem e ele desta forma retribuiu dando o máximo de si. Com seu trabalho sério, sempre muito atencioso e disponível conquistou a confiança de todos. Não se negava a abrir a farmácia a qualquer hora da noite. Apesar de não ser médico ou farmacêutico, a sua experiência de vida entre os medicamentos, o fez salvar muitas vidas. Quando era solicitado, pegava sua maleta com medicamentos, estetoscópio e material para aplicação de injeção e seguia para atender os doentes em suas residências, pois mesmo sem ter o estudo adequado era considerado um doutor. Pouco tempo depois, sua audácia e perspicácia foram recompensadas, comprou casa própria, que em seguida trocou por uma com ponto comercial onde funciona até hoje.


Durante alguns anos, apesar de todos os seus afazeres, mas sempre com a intenção de ajudar o município na garantia da lei e da ordem, foi designado pelo então juiz da comarca de Currais Novos, Cristóvão Praxedes, como Comissário de Menor, serviço que desempenhou voluntariamente. E como reconhecimento pelos excelentes serviços prestados à população recebeu, das mãos do prefeito Francisco Jeronimo de Medeiros (in memoriam), do título de cidadão honorário do município de Lagoa Nova – RN. Em 2003 o então vereador João Alves Galvão deu entrada com projeto de lei na câmara municipal de vereadores do município, para que o posto de saúde recebesse o seu nome de Abelardo Macedo, o qual foi aceito por unanimidade.
Abelardo faleceu em 19 de junho de 2010 após sofrer um AVC, que o deixou em coma por 45 dias, deixando assim um legado que conquistou com sabedoria e determinação.

Abelardo Macedo foi um filho de agricultor que, nas terras áridas do sertão nordestino, teimou em enfrentar o destino. Homem de coragem que desbravando o conhecimento da farmacologia e da medicina e com uma posologia adequada, soube criar e educar seus filhos da melhor maneira possível, colocando-os no rumo certo da vida.

Texto extraído do livro, Retalhos de uma Vida, da Professora Maria do Socorro Coutinho Borges( Corrinha).








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