Anunciado
por Bolsonaro na quinta-feira, Ricardo Velez Rodriguez disse em carta que
educação brasileira sofreu nos últimos anos 'instrumentalização ideológica' por
um 'socialismo vácuo'.
O futuro
ministro da Educação, Ricardo Velez Rodriguez, divulgou uma carta nesta
sexta-feira (23) na qual afirma que sua gestão à frente da pasta buscará
preservar "valores caros à sociedade brasileira" que, segundo ele, é
"conservadora".
Rodriguez
foi anunciado para o posto nesta quinta-feira (22) pelo presidente eleito Jair
Bolsonaro. Nascido na Colômbia e naturalizado brasileiro em 1997, ele é autor
de mais de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do
Exército.
"Pretendo
colocar a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto da
preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é
conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores
tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista",
afirmou o futuro ministro no texto.
Crítico dos
últimos governos do país, Rodríguez disse que é contra "discriminação de
qualquer tipo" e afirmou que, nos últimos anos, a "instrumentalização
ideológica da educação" polarizou o debate sobre o tema.
"A
instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo
terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos", disse Rodriguez.
De acordo
com o futuro ministro, a legislação e a gestão na área de educação devem levar
em consideração a “dignidade das pessoas envolvidas”, o que inclui alunos
familiares, professores e administradores.
Carta
Leia a íntegra do texto divulgado
pelo futuro ministro:
Tive a honra de ser nomeado
Ministro de Educação pelo presidente eleito Jair Messias Bolsonaro. O motivo
que me levou a apoiar a candidatura à Presidência da República do candidato
Bolsonaro foi simples: ele externou a opinião da grande maioria do povo brasileiro,
explicitada no desejo de ver consolidada uma nova forma de fazer política,
longe das velhas práticas clientelistas e da tradicional negociação de cargos
por benefícios pessoais.
No cenário político que antecedeu
as eleições, o candidato Jair Bolsonaro afinou-se com o desejo da grande massa
dos setores populares, que estava cansada da república dos favores.
As passeatas que percorreram ruas
e praças Brasil afora, desde 2013, tinham como cerne a motivação de buscar uma
nova forma de administrar o Brasil: em benefício dos cidadãos, que pagam
impostos, colocando em função deles as instituições republicanas, corroídas
pela corrupção em larga escala revelada pela Operação Lava Jato. O candidato
Bolsonaro explicitou esse desejo dos eleitores no seu slogan: “Menos Brasília e
mais Brasil”.
Quero deixar claro que o meu
desejo é cumprir a contento o ideal proposto pelo nosso presidente eleito. A
legislação e a gestão da Educação devem ir ao encontro das expectativas da
sociedade. Devem levar em consideração primordialmente a dignidade das pessoas
envolvidas, tanto os alunos quanto suas famílias, tanto os professores quanto
os administradores.
A instrumentalização ideológica
da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao
longo dos últimos anos.
Pretendo colocar a gestão da
Educação e a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à
sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a
experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação
da família e da moral humanista. A preservação de um pano de fundo de respeito
à pessoa humana é fundamental.
Não à discriminação de qualquer
tipo. Não à instrumentalização da educação com finalidade político-partidária.
Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a
sua liberdade.
Precisamos recolocar a nossa
Educação Básica, Superior, Profissional e Tecnológica em patamares que nos
posicionem em destaque no contexto internacional. Assistimos a uma
desvalorização da figura dos professores, notadamente no Ensino Fundamental e
Médio. Ora, essa situação negativa deve ser revertida mediante uma política
educacional que olhe para as pessoas. O sistema educacional deve olhar mais
para as pessoas ali onde elas residem: nos municípios.
O Estado brasileiro, desde
Getúlio Vargas, formatou um modelo educacional rígido que enquadrava todos os
cidadãos, olhando-os de cima para baixo, deixando em segundo plano a
perspectiva individual e as diferenças regionais.
Tocqueville frisava que o
município é a escola primária da democracia. É o município que deve ser o foco
na organização da nossa legislação educacional, olhando para as diferenças
regionais e levando em consideração os interesses dos cidadãos onde eles
residem. “Menos Brasília e mais Brasil”, apregoou o candidato presidencial
eleito durante a campanha. Pretendo tornar realidade esse ideal.
Brasil acima de tudo, Deus acima
de todos.
Ricardo
Vélez Rodríguez, Ministro da Educação Indicado
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