Dono da empresa aponta tendência para vídeos e linguagem de stories
O império Facebook chegou a 2,6 bilhões de usuários em todo o mundo
com suas plataformas (WhatsApp, Instagram e Messenger, além da rede
social que dá nome à companhia). A informação foi divulgada pelo
presidente da empresa, Mark Zuckerberg, após a divulgação dos resultados
do terceiro trimestre de 2018.
Somente o Facebook tem 2,3 bilhões de usuários entrando na plataforma
todo mês, sendo 1,5 bilhão todo dia. Com isso, a plataforma avança em
sua liderança no ranking mundial de redes sociais e plataformas
digitais. A empresa chega com seus produtos a 34% da população mundial,
se considerados os 7,5 bilhões de pessoas, de acordo com dados do Banco
Mundial.
Segundo o ranking de redes sociais divulgado pela
consultoria internacional de levantamento de dados Statista, com
informações atualizadas em outubro, seguindo a liderança do Facebook vêm
YouTube (1,9 bilhão de usuários), WhatsApp (1,5 bilhão), Facebook
Messenger, (1,3 bilhão), WeChat, (1,05 bilhão), Instagram (1 bilhão), QQ
(803 milhões), Qzone (548 milhões), Tik Tok (500 milhões) e Sina Weibo
(431 milhões).
A empresa é responsável por cinco das seis primeiras redes sociais.
As exceções são o YouTube, pertencente à Google, e o WeChat, espécie de
WhatsApp chinês. No ranking das 10 principais plataformas,
outros aplicativos chineses estão bem colocados, como QQ, Qzone e Tik
Took. Contudo, os números de usuários dessas redes são ancorados pela
grande população chinesa residindo no país e imigrante em outras nações,
com menor expressão em países de outras línguas.
Em seu comunicado, Mark Zuckerberg destacou o aumento das receitas no
trimestre, que foi de 33% sobre o mesmo período no ano passado,
atingindo US$ 13,7 bilhões (mais de R$ 50 bilhões). No ano passado, a
empresa faturou cerca de US$ 40 bilhões (R$ 148 bilhões), em um aumento
de quase 50% sobre o ano anterior, quando a companhia havia gerado
receitas de US$ 27 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões).
Tendências das redes
Zuckerberg aproveitou a divulgação dos resultados para comentar
mudanças nas estratégias da empresa. Ele identificou três grandes
tendências e desafios. O primeiro é a mudança das pessoas de redes
sociais tradicionais (como o próprio Facebook) para mensagens privadas
(como no WhatsApp) e para a linguagem de stories (bastante popular no Instagram).
O segundo é o crescimento do vídeo entre as plataformas do
“ecossistema”. Ele reconheceu que o principal aplicativo para isso é o
YouTube, mas afirmou que a companhia trabalha para fazer seus serviços
de vídeo uma “experiência única centrada nas pessoas”. Ele projeta que
as linhas do tempo devem se alterar para stories e vídeos, e que as formas de interação dos próximos 10 anos serão calcadas nos grupos, ou “comunidades”.
O terceiro desafio é o que chamou de “ameaças à segurança”. O FB vem
sendo bastante questionado pela disseminação de notícias falsas desde
2016. Neste ano, já teve três grandes vazamentos de dados, sendo o
último no mês passado e que comprometeu 30 milhões de usuários.
O incidente motivou investigações do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios e questionamentos de organizações da sociedade
civil e do Congresso Nacional.
Outros aplicativos também entraram na mira de autoridades e da
atenção mundial. O WhatsApp foi bastante questionado pela onda de
linchamentos na Índia neste ano em razão de boatos difundidos pela rede.
Como resposta, a empresa reduziu o número de destinatários dos
encaminhamentos.
Nas eleições brasileiras encerradas no último domingo (28), o
aplicativo também foi criticado pelo seu papel na difusão de
desinformação sobre candidatos e apoiadores. Investigações sobre
esquemas de disparo em massa foram denunciados pela imprensa e viraram
alvo de apuração pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pela Polícia
Federal.
“Ao longo dos últimos anos, nós fizemos um monte de trabalho e muito
progresso. Nós ainda temos pelo menos um ano antes dos nossos sistemas
estarem no nível que queremos, mas eles estão ficando melhor a cada dia –
e isso é por conta tanto da tecnologia quanto das pessoas. Nossos
sistemas para identificação proativa de conteúdo prejudicial estão
melhorando. Nossos sistemas para detecção de interferências nas eleições
estão mais maduros agora”, garantiu Zuckerberg.
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