Caso do
WhatsApp foi denunciado nesta quinta-feira (18) como crime eleitoral
É difícil
configurar, até o momento, um eventual crime passível de impugnação da chapa
encabeçada pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, no caso relatado pelo jornal
Folha de S.Paulo de empresas comprando pacotes de disparos em massa de
mensagens contra o PT no WhatsApp, disse à Reuters nesta quinta-feira uma fonte
do Ministério Público com larga experiência em redes sociais.
A fonte, que
pediu para não ser identificada, disse que é preciso, além das provas de
atuação das empresas em favor de um candidato, demonstrar a ligação direta de quem
atuou dessa forma e a campanha beneficiada.
Reportagem
publicada na Folha nesta quinta relata que empresários têm bancado a compra de
distribuição de mensagens contra o PT por Whatsapp, em uma prática que se chama
pacote de disparos em massa de mensagens, e estariam preparando uma operação
para a próxima semana, antes do segundo turno.
A fonte do
MP afirmou que "tecnicamente" não considera o repasse de informações
por WhatsApp de impulsionamento de conteúdo. Para ele, a lógica é do envio de
informações via marketing. Essa prática, disse, é mais comum com o uso do
Facebook e o Twitter, redes sociais que influenciaram as eleições
norte-americanas e o Brexit.
Na avaliação
da fonte, a crença em conteúdo repassado via WhatsApp ocorre apenas quando isso
se dá por alguém dentro do círculo social da pessoa. A fonte também achou
irreal o valor de 12 milhões de reais mencionado pela Folha para se impulsionar
conteúdo via essa rede social.
"Na
minha percepção é bobinho, chega ser ingênuo a sociedade levantar a bola em
cima disso aí. Não é impulsionamento de conteúdo, não tem efeito e, mesmo que
seja uma fake news, fake news que um estranho mandou não tem efeito
nenhum", disse.
Mas
especialistas ouvidos mais cedo pela Reuters avaliaram que, confirmadas as
informações reveladas pela Folha, a campanha de Bolsonaro pode ser acusada de
abuso de poder econômico, abuso do uso de meios de comunicação e omissão de
doações de campanha, o que poderia levar à impugnação da chapa, mesmo que
Bolsonaro não soubesse da ação de empresários a seu favor.
A coligação
encabeçada pelo petista Fernando Haddad, adversário de Bolsonaro no
segundo turno, entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com pedido de
investigação sobre o conteúdo da reportagem e, caso os fatos sejam comprovados,
a inelegibilidade de Bolsonaro.
Nenhum comentário :
Postar um comentário