Os Disc
Jockeys podem ter sua jornada de trabalho limitada a seis horas por dia
Gabriel Boni começou a frequentar os festivais de música
eletrônica há vinte anos. Dez anos depois, resolveu investir na carreira de DJ.
"Faz 20
anos já que eu vou aos festivais, no mundo inteiro. Sempre fui apaixonado por
música eletrônica, computação e, pra mim, a computação e a música se juntam na
música eletrônica. Minha carreira começou com as pessoas me perguntando porque
eu não era DJ, eu já ia há tanto tempo nos festivais, tinha tanta música. A
partir disso abri minha própria gravadora, e comecei a fazer algumas festas e
tocar."
Hoje,
Gabriel Boni é sucesso no cenário da música eletrônica e chega a tocar vinte
vezes num mês, às vezes três vezes num só dia.
A Câmara
quer regulamentar a profissão de DJ, ou Disc Jockey e, por isso, aprovou uma
proposta que estabelece requisitos, direitos e obrigações dos profissionais que
trabalham na área (PL 2081/15).
De acordo
com o texto aprovado, DJ profissional é aquele que cria seleções de músicas
para divulgação ao público, manipula obras fonográficas, cria ou recria versões
e executa montagens sonoras para a criação de obras inéditas.
A proposta
estabelece, como requisito para virar DJ profissional, a aprovação em um curso
técnico. Mas fica dispensado do curso quem comprovar que já exercia
regularmente a profissão por pelo menos cinco anos.
O projeto
também coloca regras para os contratos e as jornadas do DJ profissional. Por
exemplo, os contratos eventuais devem ter duração máxima de sete dias
consecutivos, e um mesmo DJ não poderá ser contratado pela mesma pessoa ou
empresa por um prazo de 60 dias depois disso.
Contratações
por mais tempo serão consideradas contratos de trabalho por prazo
indeterminado, com obrigações trabalhistas.
A carga de
trabalho é de no máximo seis horas diárias e 30 horas semanais. Pra passar
disso, será preciso pagar hora extra.
Relatora na
Comissão de Constituição e Justiça, a deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul,
ressalta que a proposta garante direitos aos profissionais.
"Nós
construímos esse projeto de uma forma a proteger a saúde, proteger a
empregabilidade destas pessoas que exercem uma atividade não apenas recreativa,
mas profissional, e que estão em contato com altíssima potência, que inclusive
pode prejudicar a audição, que precisavam desta regulamentação. Nosso
trabalho é este, garantir que o Brasil tenha regras claras, que todas as
pessoas tenham seus direitos assegurados."
O DJ Gabriel
Boni avalia que a legislação pode não se adequar à realidade.
"Eu
acho que a profissão tem que ser regulamentada, mas de uma forma diferente. Não
é uma profissão comum, não é uma profissão como qualquer outra, então jornada
de seis horas diárias chega a ser algo meio infundado. Porque tem DJ que toca
doze horas seguidas, e o cara que pediu pra tocar isso."
A proposta
que regulamenta a profissão de DJ passou pela CCJ e, a não ser que haja um
recurso para que seja analisada pelo Plenário, segue para votação no Senado.
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