A FDA, órgão que regulamenta produtos de saúde nos
EUA, liberou a venda do ReWalk, exoesqueleto robótico que permite que
paraplégicos fiquem em pé e caminhem
São Paulo -- A empresa Argo Medical Technologies começa a vender um exoesqueleto robótico para paraplégicos nos Estados Unidos. Chamado ReWalk, ele permite que a pessoa fique em pé e caminhe de forma independente – um sonho para quem está preso a uma cadeira de rodas.
O ReWalk já era vendido na Europa desde 2012. Nos Estados Unidos,
porém, ele ainda estava sob avaliação da Food and Drug Administration
(FDA), a agência federal que regulamenta produtos de saúde. Só podia ser
usado em centros de reabilitação.
Ontem, a FDA liberou
a venda para pacientes. O ReWalk custa o equivalente a 160 mil reais.
Ele possui um conjunto de motores que movimentam as articulações do
joelho e dos quadris, além de uma estrutura que suporta o peso da
pessoa.
Usado em conjunto com um par de muletas, o exoesqueleto permite que uma
pessoa paraplégica fique em pé, vire-se, suba e desça escadas. Para
comandá-lo, um conjunto de sensores fornece informações a um computador de controle, que fica numa mochila.
Quando a pessoa desloca seu peso para a frente ou para um dos lados, o
computador aciona os motores para que ela dê um passo na direção
desejada.
Um conjunto de baterias fornece, segundo o fabricante, energia para um
dia inteiro de uso. A ideia é que as baterias sejam recarregadas durante
a noite.
O ReWalk é resultado da obstinação do israelense Amit Goffer. Ele ficou
quadriplégico por causa de um acidente. Em 2001, fundou a Argo Medical
Technologies para desenvolver soluções que lhe permitissem andar
novamente.
O ReWalk é seu primeiro produto. Sendo quadriplégico, Goffer não pode
usar esse exoesqueleto, que exige que a pessoa tenha braços e a parte
superior do tronco funcionais. Mas a empresa continua desenvolvendo
outras soluções.
Centenas de paraplégicos já testaram o ReWalk. Em 2012, a inglesa Claire Lomas andou todo o percurso da maratona de Londres usando o exoesqueleto. Ela completou o trajeto em 17 dias, dividindo-o em muitos trechos.
Miguel Nicolelis
O sistema de controle do ReWalk é mais simples do que aquele que foi
exibido pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis e pelo
voluntário Juliano Pinto na abertura da Copa do Mundo.
Num dos momentos mais esperados
da cerimônia de abertura, Juliano, que é paraplégico, usou um
exoesqueleto robótico para dar um pontapé inicial simbólico numa bola,
depois de percorrer alguns poucos passos sobre um tapete.
O exoesqueleto criado por Nicolelis e sua equipe emprega uma interface
cérebro-máquina que requer a colocação de sensores em torno da cabeça.
Por isso, Juliano usava uma espécie de capacete.
O ReWalk não exige isso e é usado com roupa comum. Requer apenas um
treinamento prévio para que a pessoa aprenda a controlá-lo e fortaleça
os músculos envolvidos no processo.
Este vídeo publicitário (em inglês) mostra o ReWalk em ação:
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