Os
cofres vazios em grande parte das prefeituras do País têm se refletido
diretamente nos bolsos dos funcionários municipais. Em 576 cidades, os
prefeitos não têm conseguido pagar em dia o salário dos servidores. Desse
total, 11% estão com atraso superior a seis meses, segundo levantamento da
Confederação Nacional dos Municípios.
Segundo
dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), até abril, 22,5% das
prefeituras do País ultrapassaram esse limite na última folha de pagamento. Em
alguns Estados, no entanto, esse porcentual é muito maior. Em Pernambuco e
Espírito Santo, por exemplo, quase 70% dos municípios infringiram o limite da
LRF no ano passado. Situação ainda pior vive a Bahia – Estado onde quase todos
municípios já descumpriram a lei.
“Apenas
100 cidades no Brasil inteiro – num universo de mais de 5 mil – conseguem pagar
o quadro de funcionários com receita própria”, afirma o economista-chefe da
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Guilherme Mercês. “A dependência
da União é muito grande, e as despesas obrigatórias são muito elevadas.”
A
inadimplência afeta não só os funcionários, mas também os fornecedores das prefeituras.
Segundo a CNM, 59,2% dos municípios estão com algum atraso no pagamento de
fornecedores. Desses, 8,6% estão com atraso superior a seis meses. Outras
prefeituras vão além e comprometem os serviços públicos básicos: encostam
veículos e máquinas pesadas para economizar no combustível e diminuem contratos
de limpeza da cidade e coleta de lixo.