Muitas escolas adotam métodos
pedagógicos mistos
Como escolher a melhor escola
para os filhos? Especialistas entrevistados pela Agência Brasil dão dicas do
que levar em consideração na hora de decidir onde matricular crianças e
adolescentes e explicam que não existe a escola ideal, a melhor opção vai
variar de acordo com as preferências da família e com as características do
próprio estudante.
“Tem que visitar a escola,
conhecer a estrutura física, verificar a segurança, conhecer o ambiente da
escola. Não existe uma escola melhor que a outra, existe uma escola mais
adequada que a outra para determinada família”, explica o mestre em educação
Rodolfo Fortes, que é professor de pedagogia do Centro Universitário Iesb, em
Brasília.
Segundo Fortes, a escola deve
oferecer um bom ambiente social e de aprendizagem. “As pessoas tendem a achar
que a escola cara é a melhor escola. Às vezes, tem escola menor e mais barata,
que tem excelente ambiente de aprendizagem”, diz.
Fortes explica que é importante
também envolver a criança ou adolescente nessa escolha. “É importante entender
por que a família está se ingressando ou mudando de escola. Às vezes a família
precisa trocar de escola e a criança gosta da escola onde estuda. Às vezes a
mudança é por questão financeira. A criança pode estudar em uma escola
particular e precisar ir para uma pública. Ela precisa compreender o que está
acontecendo”, recomenda.
Formas de ensinar
As escolas, segundo a doutora em
educação Shirleide Silva Cruz, professora da Faculdade de Educação da
Universidade de Brasília (UnB), de acordo com os métodos de ensino que adotam,
se diferenciam basicamente em dois quesitos: como lidam com o conhecimento, o
que envolve o conteúdo específico que será ensinado; e, como organizam o
trabalho, ou seja, com avaliam os estudantes, como é a relação do professor com
o aluno.
“Quando eu escolho a escola dos
meus filhos, eu vou olhar como essa escola lida com as temáticas abordadas ao
longo do ano, olhar as páginas das escolas nas redes sociais, ver que tipos de
projetos elas desenvolvem, vou tentar captar como essa escola entende a
construção do conhecimento e como ela vê o aluno”, diz.
Entender o trabalho da escola,
vai ajudar a evitar frustrações, de acordo com a professora. Uma escola mais
tradicional, por exemplo, tenderá ter listas de conteúdos mais volumosos, usar
técnicas de aprendizagem de memorização, enquanto uma escola que segue outros
métodos pode priorizar mais o diálogo e ter um ensino mais livre e
personalizado para os estudantes.
“A escolha tem a ver com o perfil
da família, que é um mundo. A família deve ter o mínimo de clareza do que quer
em relação ao projeto educativo do filho. Se escolhe uma escola que tem
atividades mais livres, com menos tarefa de casa, com projetos didáticos
abertos, é incoerente cobrar que queria muita tarefa de casa para o filho não
ficar sem nada para fazer”, diz.
Participação da família
Independentemente da escolha da
escola, de ser uma escola pública ou particular, a participação e o
acompanhamento dos pais é fundamental no período escolar. “As próprias escolas
procuram ter atividades para as quais chamam a família, além da própria reunião
clássica. Tenho visto outras atividades interessante no final de semana para
garantir a participação de pais trabalhadores e terem esse canal como eles”,
diz Shirleide.
Além disso, segundo a professora,
é possível acionar a diretoria, e agendar conversas com os professores. Existem
também os conselhos escolares e as associações de pais e mestres. Há ainda
aplicativos digitais e a própria agenda escolar física, adotada em muitas
escolas, por meio da qual pais e professores podem trocar recados e informações
sobre o desempenho dos estudantes.
Conheça algumas das principais
linhas pedagógicas seguidas no Brasil
De acordo com os especialistas
ouvidos pela Agência Brasil, muitas escolas adotam métodos mistos.
Escola Tradicional
O professor é o sujeito ativo no
processo de ensino-aprendizagem, repassando seu conhecimento aos alunos,
normalmente por meio de aula teórica. O estudante que não atingir um desempenho
mínimo, não evolui para a próxima etapa.
Escola Construtivista
O aluno é o sujeito ativo no
processo de ensino-aprendizagem, e o professor age como um agente facilitador
no processo que orienta o aluno a buscar e gerar seus próprios conhecimentos. O
professor não é o único que tem acesso aos conteúdos da disciplina, o aluno
também possui acesso aos mesmos meios que seu professor e com isso pode também
adquirir conhecimento a partir da realização de pesquisas e se tornar ativo no
processo de ensino-aprendizagem.
Escola Sociointeracionista
Linha que considera que a
aprendizagem se dá a partir da interação do sujeito e a sociedade ao seu redor,
ou seja, vincula o desenvolvimento humano ao contexto cultural no qual o indivíduo
se insere e à influência que o ambiente exerce sobre a formação psicológica do
homem.
Escola Montessorina
Normalmente aplicada no ensino
infantil e fundamental. As salas são equipadas com diversos materiais e
atividades e os alunos podem escolher o que irão fazer em cada dia. O professor
tem papel de guia, tirando dúvidas e ajudando os alunos a superar as
dificuldades.
Escola Waldorf
Os alunos são agrupados por
idades e não necessariamente por séries. Três aspectos são colocados em foco: o
desenvolvimento corporal, anímico e espiritual. Para desenvolver esses
aspectos, os alunos contam com um professor de classe que os acompanha durante
todo um ciclo, além de aulas com outros professores para cobrir outras partes
do currículo. A avaliação dos alunos é baseada nas atividades diárias e envolve
habilidades sociais e virtudes como interesse e força de vontade.
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