Representantes de movimentos sindicais que integram o
Fórum dos Servidores confirmaram paralisação geral para o dia 13 de
agosto. Em coletiva realizada na sede do Sinai-RN, os servidores cobram
transparência do Governo sobre a resolução das reivindicações propostas
pelo Fórum e afirmam que a paralisação geral será a primeira medida em
resposta à forma como as negociações estão sendo conduzidas. Segundo o
Fórum, a paralisação faz parte de um movimento nacional que também se
opõe à aprovação da PEC da Reforma da Previdência.
Janeayre Souto, presidente do Sindicato dos Servidores da Administração
Direta do Estado (Sinsp-RN), afirma que desde março o Executivo não vem
sendo transparente com os servidores. "Nos dois primeiros meses [a
transparência] era um ponto elogiável do Governo, mas hoje isso não
existe mais. Não mostram sequer o fluxo de caixa aos servidores",
comenta, acrescentando que a greve geral não está descartada. "A parada
chama atenção para a pauta que propomos desde o início da negociação.
Uma greve não está descartada caso a postura do governo acerca das
reivindicações se mantenha assim", diz.
Em um discurso mais brando, o
representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública
(Sinte/RN), José Teixeira, reitera a importância do Fórum dos Servidores
nas negociações, porém vê esforço no governo para tentar honrar seus
compromissos com os sindicalistas. "Acreditamos, sim, que o Fórum [dos
Servidores] é importante, afinal nossa angústia também é grande. São
três folhas em atrasos, inclusive folhas com salários baixíssimos,
inferiores a dois salários mínimos. No entanto, o Governo nos prometeu
que cumprirá e quitará essa dívida até outubro. Não dá pra analisar o
Governo por esses primeiros sete meses apenas e é claro que se não
cumpri-las, medidas serão tomadas", afirma o representante do Sinte/RN.
Os servidores do Rio Grande do Norte decidiram
pela paralisação das atividades em reunião do Fórum Estadual dos
Servidores ainda no início de julho. Esta será a primeira paralisação
dos servidores na gestão Fátima Bezerra (PT), que assumiu o governo em
janeiro deste ano.
O Dia Estadual de Paralisação acontecerá
devido ao insucesso nas seguidos tratativas entre servidores e Governo
do Estado. Além do pagamento das três folhas em atraso, os servidores
cobram do governo o tratamento igualitário para todas as categorias, com
reajuste salarial de 16,38% para todas os setores do funcionalismo; a
revogação do decreto nº 29007, a "Super-conta", que retira a autonomia
financeira das autarquias; a realização de concursos públicos para
vários setores do funcionalismo (o Fórum afirma que não há concurso de
nível médio no Estado desde 1989 e afirma que 11 mil servidores
terceirizados oneram a folha de salários da administração estadual); e
também a apresentação de um calendário de pagamento referente ao segundo
semestre de 2019, ainda indefinido.
Sobre esta última reivindicação, a presidente
do Sinsp-RN afirma que o Estado vem impondo cronogramas com
escalonamento sem ouvir os sindicalistas. “O escalonamento contemplava,
no início do ano, servidores que ganhavam até 6 mil reais. Essa conta,
no último mês, já estava relacionada aos servidores que ganham até 3.
Todos os cronogramas são impostos e os servidores sequer podem
participar. É muita falta de respeito com o servidor”.
Além do Sinsp-RN e Sinte-RN, estiveram presentes na
coletiva representantes da administração indireta (Sinai-RN), saúde
(Sindsaúde-RN), agentes penitenciários (Sindasp-RN), dos servidores da
UERN (ADUERN) e técnicos tributários (Sintern).
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