quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Servidores públicos do RN confirmam paralisação

Representantes de movimentos sindicais que integram o Fórum dos Servidores confirmaram paralisação geral para o dia 13 de agosto. Em coletiva realizada na sede do Sinai-RN, os servidores cobram transparência do Governo sobre a resolução das reivindicações propostas pelo Fórum e afirmam que a paralisação geral será a primeira medida em resposta à forma como as negociações estão sendo conduzidas. Segundo o Fórum, a paralisação faz parte de um movimento nacional que também se opõe à aprovação da PEC da Reforma da Previdência.

Janeayre Souto, presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta do Estado (Sinsp-RN), afirma que desde março o Executivo não vem sendo transparente com os servidores. "Nos dois primeiros meses [a transparência] era um ponto elogiável do Governo, mas hoje isso não existe mais. Não mostram sequer o fluxo de caixa aos servidores", comenta, acrescentando que a greve geral não está descartada. "A parada chama atenção para a pauta que propomos desde o início da negociação. Uma greve não está descartada caso a postura do governo acerca das reivindicações se mantenha assim", diz.
Em um discurso mais brando, o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte/RN), José Teixeira, reitera a importância do Fórum dos Servidores nas negociações, porém vê esforço no governo para tentar honrar seus compromissos com os sindicalistas. "Acreditamos, sim, que o Fórum [dos Servidores] é importante, afinal nossa angústia também é grande. São três folhas em atrasos, inclusive folhas com salários baixíssimos, inferiores a dois salários mínimos. No entanto, o Governo nos prometeu que cumprirá e quitará essa dívida até outubro. Não dá pra analisar o Governo por esses primeiros sete meses apenas e é claro que se não cumpri-las, medidas serão tomadas", afirma o representante do Sinte/RN.
Os servidores do Rio Grande do Norte decidiram pela paralisação das atividades em reunião do Fórum Estadual dos Servidores ainda no início de julho. Esta será a primeira paralisação dos servidores na gestão Fátima Bezerra (PT), que assumiu o governo em janeiro deste ano.
O Dia Estadual de Paralisação acontecerá devido ao insucesso nas seguidos tratativas entre servidores e Governo do Estado. Além do pagamento das três folhas em atraso, os servidores cobram do governo o tratamento igualitário para todas as categorias, com reajuste salarial de 16,38% para todas os setores do funcionalismo; a revogação do decreto nº 29007, a "Super-conta", que retira a autonomia financeira das autarquias; a realização de concursos públicos para vários setores do funcionalismo (o Fórum afirma que não há concurso de nível médio no Estado desde 1989 e afirma que 11 mil servidores terceirizados oneram a folha de salários da administração estadual); e também a apresentação de um calendário de pagamento referente ao segundo semestre de 2019, ainda indefinido.
Sobre esta última reivindicação, a presidente do Sinsp-RN afirma que o Estado vem impondo cronogramas com escalonamento sem ouvir os sindicalistas. “O escalonamento contemplava, no início do ano, servidores que ganhavam até 6 mil reais. Essa conta, no último mês, já estava relacionada aos servidores que ganham até 3. Todos os cronogramas são impostos e os servidores sequer podem participar. É muita falta de respeito com o servidor”.
Além do Sinsp-RN e Sinte-RN, estiveram presentes na coletiva representantes da administração indireta (Sinai-RN), saúde (Sindsaúde-RN), agentes penitenciários (Sindasp-RN), dos servidores da UERN (ADUERN) e técnicos tributários (Sintern).

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