segunda-feira, 15 de abril de 2019

Verba publicitária para TVs aumenta no governo Bolsonaro

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Ao contrário do que afirmou durante a campanha, que reduziria ou até extinguiria a verba publicitária para as TVs e jornais da velha mídia na sua gestão, Bolsonaro ampliou o gasto com a propaganda oficial neste primeiro trimestre da sua gestão. O aumento foi elevado. Ele saltou de R$ 44,5 milhões no primeiro trimestre de 2018 para R$ 75,5 milhões no mesmo período de 2019. O que mudou, na verdade, foi a ordem dos beneficiados. A Rede Globo, favorecida nos governos do PSDB e do PT, hoje é a terceira melhor aquinhoada.

Segundo os dados da Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (SECOM), os gastos do governo com publicidade institucional teve um aumento ainda maior se a comparação for feita entre os gastos em 2017 e 2019: neste caso ele é 101%, já descontada a inflação no período.

E é aí que fica nítida a insatisfação com a cobertura da Rede Globo. Os dados mostram que em 2017 e 2018, a Globo encontrava-se isolada na liderança do bolo publicitário, e que Record e SBT se revezavam em segundo lugar. Em 2017, a Globo faturou R$ 6,9 milhões no primeiro trimestre. Em segundo lugar ficou o SBT, com R$ 1,34 milhão. Em terceiro, ficou a Record com R$ 1,21 milhão. Em 2018, o padrão se manteve.

Em 2019, tudo mudou: em primeiro lugar ficou a Record, com R$ 10,3 milhões; em segundo, o SBT, com R$ 7,3 milhões; a Globo despencou para terceiro, com R$ 7,07 milhões.

Antes o que norteava a distribuição da verba e que atendia aos interesses da Globo era um critério técnico que premiava a audiência: quanto maior a visibilidade, maior o faturamento. Isso fazia com que a Globo se distanciasse cada vez mais das demais.

Para superar a Globo, Record e SBT tiveram crescimentos exponenciais de seus faturamentos publicitários junto à Secom. Em relação a 2018, o crescimento do faturamento publicitário da Record junto à Secom no primeiro trimestre de 2019 foi de 659%, valor já considerando a variação da inflação no período.

O apoio decidido do SBT e especialmente da Record a Bolsonaro dá seus primeiros frutos.

Nos quatro governos do PT o critério desenvolvido impediu o surgimento de mídias alternativas ao modelo centralizado brasileiro e que é representado por oligarquias familiares. Apesar das promessas, o dinheiro era distribuído de maneira política e apenas grupos alinhados eram contemplados não para democratizar a mídia, mas numa espécie de cala-boca governamental.

Conexão Jornalismo, que é um site de esquerda, jamais esteve na lista dos contemplados por qualquer governo - direita ou esquerda. Entendemos que a verba publicitária deveria ser distribuída de modo a incentivar o crescimento do setor e destinada a representantes legítimos do universo jornalístico.

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