Um incêndio no alojamento de
jogadores de base do Flamengo em Vargem Grande, na zona oeste do Rio
matou ao menos dez pessoas e feriu três, de acordo com o Corpo dos
Bombeiros.
O incêndio na madrugada desta sexta-feira (8) atingiu
o centro de treinamento localizado no bairro de Vargem Grande,
conhecido como Ninho do Urubu, em referência à ave-mascote do maior time
do Rio. O alojamento servia de dormitório para jogadores na faixa de 14
anos de idade.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, entre os sobreviventes
feridos, um deles em estado grave. A identidade das vítimas não havia
sido divulgada oficialmente até a publicação deste texto.
O pai de
Samuel Barbosa, 16, um dos garotos que conseguiram escapar do local
durante o incêndio, relatou a jornalistas em frente ao local que o jovem
acordou acordou assustado, percebeu a fumaça e conseguiu avisar um
amigo enquanto fugia do alojamento.
"Quando consegui falar com ele, ele estava chorando muito. Ele está
muito abalado. Eu ligo para ele e ele não consegue falar, só chorando",
disse. O filho dele, nascido no Piauí, joga na divisão de base no
Flamengo há sete anos.
O Centro de Treinamento do Flamengo é uma
edificação recente, construída em 2014, e teria uma estrutura moderna,
usada tanto para o treinamento das categorias de base quanto pela equipe
de futebol profissional. Homens do Corpo de Bombeiros continuam a
trabalhar no local.
Um dia antes do incêndio, o forte temporal
que acometeu o Rio na noite de quarta-feira (6) teve forte impacto sobre
a sede do Flamengo na Gávea, na zona sul do Rio, causando alagamento,
derrubando árvores e destruindo estruturas.
A Federação de
Futebol do Estado do Rio de Janeiro afirmou não ver clima para a
realização do clássico Fla-Flu, que ocorreria neste sábado no Maracanã, e
convocou uma reunião de emergência para decidir sobre a suspensão da
partida.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decretou luto de três dias.
O
número de mortes provocadas por incêndio no Brasil foi, em média, de
991 por ano, entre 2007 e 2016 (último ano com dados oficiais). O
récorde foi em 2013, com 1261 vítimas. Naquele ano, 242 pessoas morreram
no incêndio na Boate Kiss, no Rio Grande do Sul.
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