sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Lagoa Nova - Do maracujá à graviola, a regra é diversificar a produção


A previsão é que a oferta de pinha e maracujá tenha reduções da ordem de 20% e 40% na próxima safra. O Sebrae quer estimular o plantio dessas frutas como alternativa à cajucultura. 

Lagoa Nova – Recentemente, a cultura do maracujá fez atrair novos olhares para a região da Serra de Santana e serviu para mostrar que há um potencial em outras culturas que podem consolidar um modelo de negócio com as frutas da região mais sustentável e interessante ao desenvolvimento dos municípios da serra. Durante décadas, a produção de frutas na Serra de Santana se restringia à cajucultura devido à castanha, que estava entre os principais itens da pauta de exportação do Rio Grande do Norte. Mas, com a estiagem prolongada e declínio da produção, a saída para pequenos produtores é apostar em outras frutas demandas pelo mercado. É o caso da pinha - também conhecida como fruta do conde - maracujá e da graviola. Por safra, a região já produz 500, 250 e 20 toneladas, respectivamente, dessas frutas. Para a safra 2017/2018, a perspectiva é de redução. A tendência é que, com exceção da graviola, a produção de pinha e de maracujá sofra reduções de 20% e 40% respectivamente. Por isso, através do Arranjo Produtivo Local da Fruticultura da Serra de Santana, o Sebrae quer estimular que pequenos produtores passem também a priorizar o cultivo dessas frutas como alternativa à cultura do caju. O casal de agricultores Marilene e José Ferreira viram no plantio de maracujá uma oportunidade para começar um novo negócio. Depois das capacitações oferecidas pelo Sebrae, o casal destinou uma área de dois hectares para cultivo de maracujá no assentamento Santa Clara II, zona rural do município de Cerro Corá (distante 190 quilômetros de Natal). No assentamento, vivem 160 famílias. Do total, 96 estão cultivando o cítrico. A propriedade com dois mil pés de maracujá chega a produzir por semana uma tonelada e meia da fruta. Dos R$ 20 mil aplicados para iniciar a atividade, já teve R$ 18 mil de retorno. "Praticamente, já consegui obter o dinheiro que investi para iniciar a produção. A nossa maior dificuldade é obter água. Na terra, tudo se plantando dá", diz José Ferreira, garantindo que o cultivo é rentável. Um dos problemas enfrentados é um fungo que ataca os maracujazeiros. Sem domínio da praga, o agricultor pode perder até 70% da plantação.


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