A previsão é que a oferta de
pinha e maracujá tenha reduções da ordem de 20% e 40% na próxima safra. O
Sebrae quer estimular o plantio dessas frutas como alternativa à cajucultura.
Lagoa Nova
– Recentemente, a cultura do maracujá fez atrair novos olhares para a região da
Serra de Santana e serviu para mostrar que há um potencial em outras culturas
que podem consolidar um modelo de negócio com as frutas da região mais
sustentável e interessante ao desenvolvimento dos municípios da serra. Durante
décadas, a produção de frutas na Serra de Santana se restringia à cajucultura
devido à castanha, que estava entre os principais itens da pauta de exportação
do Rio Grande do Norte. Mas, com a estiagem prolongada e declínio da produção,
a saída para pequenos produtores é apostar em outras frutas demandas pelo
mercado. É o caso da pinha - também conhecida como fruta do conde - maracujá e
da graviola. Por safra, a região já produz 500, 250 e 20 toneladas,
respectivamente, dessas frutas. Para a safra 2017/2018, a perspectiva é de
redução. A tendência é que, com exceção da graviola, a produção de pinha e de
maracujá sofra reduções de 20% e 40% respectivamente. Por isso, através do
Arranjo Produtivo Local da Fruticultura da Serra de Santana, o Sebrae quer
estimular que pequenos produtores passem também a priorizar o cultivo dessas
frutas como alternativa à cultura do caju. O casal de agricultores Marilene e
José Ferreira viram no plantio de maracujá uma oportunidade para começar um
novo negócio. Depois das capacitações oferecidas pelo Sebrae, o casal destinou
uma área de dois hectares para cultivo de maracujá no assentamento Santa Clara
II, zona rural do município de Cerro Corá (distante 190 quilômetros de Natal).
No assentamento, vivem 160 famílias. Do total, 96 estão cultivando o cítrico. A
propriedade com dois mil pés de maracujá chega a produzir por semana uma
tonelada e meia da fruta. Dos R$ 20 mil aplicados para iniciar a atividade, já
teve R$ 18 mil de retorno. "Praticamente, já consegui obter o dinheiro que
investi para iniciar a produção. A nossa maior dificuldade é obter água. Na
terra, tudo se plantando dá", diz José Ferreira, garantindo que o cultivo
é rentável. Um dos problemas enfrentados é um fungo que ataca os
maracujazeiros. Sem domínio da praga, o agricultor pode perder até 70% da
plantação.
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