O arranjo produtivo pretende organizar cadeia
produtiva do caju, maracujá, pinha e graviola numa região que já produz mais de
5,7 mil toneladas dessas frutas por safra e movimenta R$ 7,5 milhões por ano.
Lagoa Nova - Clima,
localização geográfica e tradição tornam a Serra de Santana, na região do
Seridó, um dos polos de fruticultura do Rio Grande do Norte. Os sete municípios
da área - Bodó, Cerro Corá, Florânia, Lagoa Nova, Santana do Matos, São Vicente
e Tenente Laurentino - foram responsáveis pela produção de 5.750 toneladas de
frutas na última safra, movimentando R$ 7,5 milhões. O potencial, no entanto, é
ainda maior e para explorar essa atividade o Sebrae no Rio Grande do Norte,
juntamente com instituições parceira, está estruturando na região o Arranjo
Produtivo Local (APL) da Fruticultura da Serra de Santana. A ideia é organizar
a cadeia de valor, melhorar o manejo e otimizar a comercialização, sobretudo
para os pequenos agricultores, para desenvolver a fruticultura e agroindústria
de processamento de forma inovadora e sustentável.
Sem se constituir uma figura
jurídica, o APL é uma aglomeração de empreendimentos, localizados em um mesmo
território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação,
interação, cooperação e aprendizagem entre si e com governo, associações
empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. No caso do APL de
Fruticultura da Serra de Santana, o arranjo reúne cerca de 120 pequenos
produtores, principalmente cajucultores, com propriedades em três cidades da
serra que têm clima e produção semelhantes: Bodó, Cerro Corá e Lagoa Nova,
atraindo novos compradores e ampliando mercado para esses agricultores.
Inicialmente, o APL vai abranger apenas esses municípios, mas, em seguida,
serão inseridas as cidades de Florânia, São Vicente, Santana do Matos e Tenente
Laurentino Cruz. A proposta é usar o APL como forma de fortalecer o poder de
vendas e oferecer produtos diversificados, com valor agregado e qualidade
superior, gerando novas possibilidades de atuação no mercado. O projeto do APL surgiu a partir das ações do
projeto Sertão Empreendedor, que o Sebrae já desenvolve em parceria com o
Sistema Faern/Senar. A intenção era auxiliar os produtores de caju a renovar os
pomares e retomar a produção, em declínio devido à estiagem prolongada, que já
dura sete anos. Em 2015, um grupo de 75 cajucultores da região passou por uma
série de capacitações que antecederam à implantaçao do APL e serviu para
sensibilizar agricultores. Foram realizados seminários, cursos, oficinas e
palestras, abordando custos de produção, formas de comercialização e outras
capacitações de gerenciamento da propriedade e de associativismo. Na parte
técnica, os cajucultores também foram estimulado a plantar maracujá de forma
agroecológica e irrigada. O lançamento do Plano de Implantação do APL foi realizado
na semana passada, em Lagoa Nova, e reuniu os agricultores da região serrana e
os representantes dos três municípios, além do superintende do Senar-RN, equipes
do Sebrae-RN, representante do projeto
Sertão Empreendedor e o gestor do projeto Crescer no Campo – Fruticultura
Potiguar do Sebrae. Durante a solenidade, foram apresentadas as ações a serem
desenvolvidas. Por meio do arranjo produtivo, os produtores terão acesso a
capacitações, consultorias com foco mercado nacional e internacional,
prospecção de novos compradores, assistência técnica, apoio de instituições de
pesquisas, como Emparn e Embrapa, apoio ao crédito, marketing, vendas e
logística. Serão criados dois entrepostos em cada uma das cidades para
facilitar o escoamento da produção. Também serão feitas análises do solo e água
para orientar acerca do controle de erosão e salinidade do solo e reuso de
águas e utilização de barragens subterrâneas, assim como perfuração de poços. No
que diz respeito à produção de frutas, mudas e castanhas de caju e adubos, os
produtores serão capacitados para terem um manejo agroecológico dos pomares,
através do compostagem, produção de fertizantes e polinização. A ideia é também
fazer um planejamento para organizar o escalonamento da produção e busca o selo
de Identificação Geográfica dos produtos, inclusive com criação de uma marca
própria para as frutas cultivadas na serra. Na área de beneficiamento, as ações serão para
a produção de polpas, doces, geleias, bebidas lácteas castanhas de caju.
Pequenas unidades de processamento serão revitalizadas e adequadas na área de
Boas Práticas de Fabricação para atender às exigências da legislação. Essas
indústrias receberão orientação para beneficiamento das frutas. Também serão
estimuladas a desenvolver novos produtos que tenha valor agregado para gerar
uma maior lucratividade e tornar a cadeia de valor sustentável e produtiva.
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