sexta-feira, 24 de novembro de 2017

APL vai alavancar produção de frutas na Serra de Santana

O arranjo produtivo pretende organizar cadeia produtiva do caju, maracujá, pinha e graviola numa região que já produz mais de 5,7 mil toneladas dessas frutas por safra e movimenta R$ 7,5 milhões por ano.
 Lagoa Nova - Clima, localização geográfica e tradição tornam a Serra de Santana, na região do Seridó, um dos polos de fruticultura do Rio Grande do Norte. Os sete municípios da área - Bodó, Cerro Corá, Florânia, Lagoa Nova, Santana do Matos, São Vicente e Tenente Laurentino - foram responsáveis pela produção de 5.750 toneladas de frutas na última safra, movimentando R$ 7,5 milhões. O potencial, no entanto, é ainda maior e para explorar essa atividade o Sebrae no Rio Grande do Norte, juntamente com instituições parceira, está estruturando na região o Arranjo Produtivo Local (APL) da Fruticultura da Serra de Santana. A ideia é organizar a cadeia de valor, melhorar o manejo e otimizar a comercialização, sobretudo para os pequenos agricultores, para desenvolver a fruticultura e agroindústria de processamento de forma inovadora e sustentável.
Sem se constituir uma figura jurídica, o APL é uma aglomeração de empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. No caso do APL de Fruticultura da Serra de Santana, o arranjo reúne cerca de 120 pequenos produtores, principalmente cajucultores, com propriedades em três cidades da serra que têm clima e produção semelhantes: Bodó, Cerro Corá e Lagoa Nova, atraindo novos compradores e ampliando mercado para esses agricultores. Inicialmente, o APL vai abranger apenas esses municípios, mas, em seguida, serão inseridas as cidades de Florânia, São Vicente, Santana do Matos e Tenente Laurentino Cruz. A proposta é usar o APL como forma de fortalecer o poder de vendas e oferecer produtos diversificados, com valor agregado e qualidade superior, gerando novas possibilidades de atuação no mercado.  O projeto do APL surgiu a partir das ações do projeto Sertão Empreendedor, que o Sebrae já desenvolve em parceria com o Sistema Faern/Senar. A intenção era auxiliar os produtores de caju a renovar os pomares e retomar a produção, em declínio devido à estiagem prolongada, que já dura sete anos. Em 2015, um grupo de 75 cajucultores da região passou por uma série de capacitações que antecederam à implantaçao do APL e serviu para sensibilizar agricultores. Foram realizados seminários, cursos, oficinas e palestras, abordando custos de produção, formas de comercialização e outras capacitações de gerenciamento da propriedade e de associativismo. Na parte técnica, os cajucultores também foram estimulado a plantar maracujá de forma agroecológica e irrigada. O lançamento do Plano de Implantação do APL foi realizado na semana passada, em Lagoa Nova, e reuniu os agricultores da região serrana e os representantes dos três municípios, além do superintende do Senar-RN, equipes do Sebrae-RN, representante do  projeto Sertão Empreendedor e o gestor do projeto Crescer no Campo – Fruticultura Potiguar do Sebrae. Durante a solenidade, foram apresentadas as ações a serem desenvolvidas. Por meio do arranjo produtivo, os produtores terão acesso a capacitações, consultorias com foco mercado nacional e internacional, prospecção de novos compradores, assistência técnica, apoio de instituições de pesquisas, como Emparn e Embrapa, apoio ao crédito, marketing, vendas e logística. Serão criados dois entrepostos em cada uma das cidades para facilitar o escoamento da produção. Também serão feitas análises do solo e água para orientar acerca do controle de erosão e salinidade do solo e reuso de águas e utilização de barragens subterrâneas, assim como perfuração de poços. No que diz respeito à produção de frutas, mudas e castanhas de caju e adubos, os produtores serão capacitados para terem um manejo agroecológico dos pomares, através do compostagem, produção de fertizantes e polinização. A ideia é também fazer um planejamento para organizar o escalonamento da produção e busca o selo de Identificação Geográfica dos produtos, inclusive com criação de uma marca própria para as frutas cultivadas na serra.  Na área de beneficiamento, as ações serão para a produção de polpas, doces, geleias, bebidas lácteas castanhas de caju. Pequenas unidades de processamento serão revitalizadas e adequadas na área de Boas Práticas de Fabricação para atender às exigências da legislação. Essas indústrias receberão orientação para beneficiamento das frutas. Também serão estimuladas a desenvolver novos produtos que tenha valor agregado para gerar uma maior lucratividade e tornar a cadeia de valor sustentável e produtiva.




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