terça-feira, 31 de outubro de 2017

Reforma Protestante completa 500 anos hoje


Martinho Lutero Foto: Reprodução

Há exatos 500 anos, Martinho Lutero pregava na porta da Igreja Católica as 95 teses que dariam origem ao protestantismo. Mas se engana quem pensa que o texto de Lutero teve influência apenas na religião. Educação, política e senso de ética também sentiram a mudança que o movimento protestante trouxe.
Segundo o teólogo e jornalista André Mello,  a origem da Reforma, foi  um movimento que deu seus frutos graças a um ambiente socioeconômico e político, mas acima de tudo articulou diversas demandas religiosas e espirituais. Antes de Lutero, o movimento franciscano e as agitações de camponeses demonstravam a crise espiritual da Europa. Lutero, ao debater as 95 teses, não intencionava mudar o mundo. Como sempre acontece, quem faz a história muitas vezes não o faz de maneira consciente.
Mesmo influenciando tantas esferas da sociedade, há quem diga que é necessário fazer uma nova Reforma. Mello compartilha dessa opinião.
– A nova Reforma é necessária e permanente, porque a natureza humana, de acordo com a Bíblia, tende para as obras da carne. Os poderes temporais e espirituais deste mundo sempre vão tentar cooptar, admitir, ou sufocar o Evangelho. Além disso, precisamos olhar para a Europa e perceber que 500 anos depois da Reforma o continente agora é campo missionário. A igreja que parar no tempo e na ação evangelística será como a semente que caiu no meio dos espinhos – sentencia.
Importante lembrar dos dois pontos mais importantes que levaram Lutero a questionar a Igreja: apenas o clero tinha acesso às Escrituras e a venda de indulgência (os padres cobravam dinheiro dos fiéis para que eles tivessem os pecados perdoados e fossem para o céu).
Na coluna A Igreja da Reforma que precisa de reforma, Luiz Sayão afirma que a Reforma não foi exatamente um movimento, e sim uma busca por respostas no âmbito teológico, moral, social e econômico do fim da Idade Média.
– Desde Pedro Valdo (século 12), Jerônimo Savonarola, Jan Huss, até Lutero, Calvino e Zuínglio, temos uma trajetória de diversas demandas de contextos distintos que conduziu uma série de movimentos de mudanças na mesma direção. Era um clamor geral. A resposta encontrada foi o retorno às Escrituras para reescrever a espiritualidade europeia e sua sociedade. Mas, essa não é uma proposta estática. A Reforma sempre afirmou uma igreja semper reformanda. Ela deve continuar – complementa.
Entre as questões que Lutero defendeu estão: leitura acessível da Bíblia (não mais em latim e sim no idioma de cada país); salvação se dá pela conduta e fé, e não pelo pagamento de indulgência; e educação para todos.

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