A
Corregedoria-Geral da Polícia Federal terá um prazo de 60 dias para
concluir diligências constantes do inquérito em que o governador
Robinson Faria (PSD) e o deputado federal Fábio Faria (PSD) passaram a
ser investigados por suposto acerto de doação de recursos à campanha
eleitoral, em 2014, oriundos de propina da empresa J&S. O inquérito
foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Quanto às diligências requeridas ao
Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN), com a finalidade de levantar as
informações sobre a prestação de contas e origens das doações
financeiras do governador Robinson Faria e do deputado Fábio Faria nas
eleições de 2014, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa
Weber, determinou que a Procuradoria Geral da República (PGR) poderá
expedí-las “por sua própria força”.
Levantamento no site do TRE-RN mostra que, na
prestação de contas de Robinson Faria, o grupo JBS fez sete doações
financeiras ao então candidato a governador, sendo quadro delas por
intermédio do diretório estadual do PSD, uma pelo diretório nacional do
partido e duas diretamente à campanha do hoje governador, no valor de R$
8,5 milhões.
Em relação ao deputado Fábio Faria, na sua
prestação de contas ao TRE-RN, consta que o grupo JBS fez três doações
ao deputado através da direção estadual do PSD, no valor de R$ 1,05
milhão.
Já na delação premiada de Ricardo Saud,
executivo da J&S, ele afirma ter acertado pessoalmente com Fábio
Faria e Robinson Faria o repasse de aproximadamente de R$ 10 milhões na
campanha eleitoral de 2014.
Segundo o delator, cerca de R$ 2 milhões
teriam sido contabilizados no caixa do PSD nacional em favor de Robinson
Faria, metade paga em 03 de outubro de 2014 e outra metade paga em 17
de outubro do mesmo ano. Outros R$ 2 milhões teriam sido pagos à EA
Pereira Comunicação Estratégica, por via de nota fiscal em 09 de
setembro de 2014 e mais R$ 1,2 milhão via “nota fiscal fria” emitida
pelo escritório Erick Pereira Advogados em 22 de agosto de 3014.
Já o deputado Fábio Faria teria recebido em
espécie R$ 1.982.212.04. O parlamentar teria recebido ainda R$
957.054,56, pessoalmente, num supermercado em Natal.
Saud disse, na colaboração acordada com o
Ministério Público Federal, que os recursos foram repassados mediante a
promessa de que, se viesse a ser eleito governador do Estado, Robinson
Faria privatizaria a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
(Caern) e favoreceria o grupo J&S na licitação.
Defesa afirma que decisão é protocolar
Em nota, a defesa do governador Robinson Faria e do deputado federal Fábio Faria diz que a decisão da ministra Rosa Weber, datada de 1º de setembro e publicada no “Diário Oficial” online do STF na quarta-feira (06), é protocolar e cumpre apenas o rito previsto nos autos e apuração dos fatos.
Em nota, a defesa do governador Robinson Faria e do deputado federal Fábio Faria diz que a decisão da ministra Rosa Weber, datada de 1º de setembro e publicada no “Diário Oficial” online do STF na quarta-feira (06), é protocolar e cumpre apenas o rito previsto nos autos e apuração dos fatos.
O advogado José Luís Oliveira Lima disse: “É
importante registrar que tão logo esses fatos foram noticiados,
apresentamos petição ao STF desmascarando a farsa das alegações contra o
deputado e o governador. O áudio de Ticiane, esposa de Joesley,
desmente a fala do Sr. Ricardo Saud, e ela própria se oferece como
testemunha de defesa”.
Segundo a nota, “a mentira dos delatores da
JBS ficou provada também pela falsa montagem dos fatos, provando-se que
eles manipulam datas para forjar um crime inexistente”.
Processos
O governador Robinson Faria e o deputado federal Fábio Faria, ambos do PSD, respondem a dois inquéritos na Operação Lava Jato. Em 29 de junho, o ministro do STF, Edson Fachin, autorizou o Ministério Público Federal a investigar, conforme em delações premiadas de diretores da Odebrecth, o recebimento de propinas através de doações de campanha eleitoral no pleito de 2010.
O governador Robinson Faria e o deputado federal Fábio Faria, ambos do PSD, respondem a dois inquéritos na Operação Lava Jato. Em 29 de junho, o ministro do STF, Edson Fachin, autorizou o Ministério Público Federal a investigar, conforme em delações premiadas de diretores da Odebrecth, o recebimento de propinas através de doações de campanha eleitoral no pleito de 2010.
Segundo a delação, o deputado Fábio Faria
recebeu R$ 100 mil, bem como o então candidato a vice-governador
Robinson Faria e a hoje prefeita de Mossoró, então candidata ao governo,
receberam R$ 350 mil. sendo todas decorrentes da mesma motivação, qual
seja, eventual favorecimento em projetos relacionados a saneamento
básico no Rio Grande do Norte.
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