sábado, 16 de setembro de 2017

'Grito do Emprego' reúne políticos e populares em São José do Seridó

Centenas de moradores de São José do Seridó, distante 220 km de Natal, protestaram na manhã deste sábado, 16, contra uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/RN) em desfavor da empresa Guararapes. O ato, nomeado de 'Grito do Emprego e Grito das Facções' reuniu trabalhadores, empresários, líderes sindicais, presidentes de associações, deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores, membros do Tribunal de Justiça e o governador do estado no ginásio do município, que ficou superlotado.
Trabalhadores das pequenas empresas, comerciantes e demais participantes participaram de evento em defesa do modelo de produção das facções (Foto: Aldemar Freire)
 
O ato mudou a rotina da cidade e o comércio ficou fechado durante a manhã de hoje. O movimento seria uma audiência pública da Câmara Municipal, mas se transformou em uma ampla manifestação em resposta à iniciativa do Ministério Público do Trabalho que entrou com uma ação judicial na qual pede o pagamento de uma multa de R$ 38 milhões pela Guararapes.
Trabalhadores das pequenas empresas, comerciantes e demais participantes defendiam a continuidade do modelo de produção das facções e empunhavam faixas e cartazes contra a atitude do órgão de fiscalização do Trabalho. Os “faccionistas”, como são chamados os micro e pequenos empreendedores do setor, afirmaram, durante os pronunciamentos, que se a Justiça do Trabalho acatar o pedido do MPT o setor ficará inviabilizado, o que implicará em milhares de trabalhadores sem emprego e fonte de renda.
Estavam no ato o governador Robinson Faria; o presidente da Fiern, Amaro Sales; o presidente da Faern, José Vieira; o representante da Fecomércio, Itamar Manso; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Flávio Azevedo; o deputado federal Rogério Marinho; o desembargador Cláudio Santos; os deputados Hermano Morais, Vivaldo Costa e Nelter Queiroz; um representante da Guararapes; Sílvio Torquato, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico; além de dezenas de prefeitos, vereadores e demais lideranças de entidades empresariais.
Ação do MPT
O Ministério Público do Trabalho instaurou a Ação Civil Pública, de número 0000694-45.2017.5.21.0007, em desfavor da Guararapes Confecções S/A a partir de uma série de vistorias feitas em facções no interior do RN em 2015 e alega que a empresa estaria violando a legislação trabalhista. Foram quase 50 inspeções em 12 cidades potiguares.
De acordo com a entidade, muitas facções estariam atrasando o pagamento dos trabalhadores e mantendo ambientes irregulares de trabalho, sem equipamentos de proteção adequados para o serviço. Além disso, algumas estavam fechando ou reincidindo contratos por não conseguir cumprir as metas colocadas pela Guararapes.
Questionada, a Guararapes alegou que todas as empresas contratas para realizar os serviços terceirizados estão de acordo com a legislação trabalhista e que há uma auditoria própria para averiguar as condições de trabalho nas facções. "Nós nos desligamos justamente de facções que não estão cumprindo com a legislação", afirmou Jairo Amorim, diretor empresario da Guararapes.
Ao todo, o MPT visitou 43 empresas de facções, prestadoras de serviço de costura, e nas inspeções foram ouvidos trabalhadores e empresários donos das facções. Na ação, além da indenização coletiva de R$38 milhões, o MPT pede que a Guararapes assuma a responsabilidade sobre os direitos dos trabalhadores terceirizados.

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