quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Funcionários da Guararapes seguem para protesto contra ação do MPT

Cerca de 100 ônibus com trabalhadores da Guararapes se dirigem para a sede do Ministério Público do Trabalho, no bairro de Lagoa Nova, onde irão protestar em favor da empresa e contra a ação civil movida por uma série de irregularidades identificadas pelo MPT nas facções da região Seridó.
Por volta das 15h, cerca de 60 pessoas de movimentos sindicais a favor do MPT tentaram obstruir os ônibus para dialogar com os trabalhadores, mas não conseguiram devido a quantidade de pessoas. De acordo com Marcos Santana, do sindicato dos supermercados, os "trabalhadores da Guararapes estão sendo enganados pelos patrões" e eles buscam diálogo para mostrar que a ação civil do MPT é "a favor dos trabalhadores". Nessa negociação, o trânsito próximo a ponte de Igapó chegou a ficar paralisado por cerca de 10 minutos e não houve intervenção policial.
 
Ônibus da Guararapes levam os funcionários para protesto no MPT
Nos ônibus da empresa, os trabalhadores levam faixas escritas "mexeu com a Guararapes, mexeu comigo" e bradam contra os integrantes dos movimentos sindicais que tentam o diálogo na margem da pista da avenida Tomaz Landim. A maioria dos trabalhadores favoráveis à empresa estavam com uma camisa escrita "Guararapes 100%". Muitos iam de moto e, quando os ônibus foram obstruídos, as motos deram apoio para liberação da vida e aguardaram a desmobilização dos sindicalistas.
Os sindicalistas afirmaram que também estarão presentes no MPT para defender a ação civil e continuar tentando o diálogo com os trabalhadores. Eles se mostraram frustrados com o ato tentado na Ponte de Igapó por causa da resposta dada pelos empregados da Guararapes, mas afirmam que continuarão tentando o diálogo. O movimento sindical também mostra apoio a procuradora Ileana Neiva, que sofreu críticas e ofensas pessoais do empresário Flávio Rocha por causa da atuação contra as condições trabalhistas praticadas pelas facções.
O mecânico Fábio José, empregado da Guararapes e a favor da empresa, foi o único que aceitou falar com a reportagem. Ele justificou o ato contra o MPT porque a ação estaria "tirando os empregos" e o valor pedido como punição não seria destinado a garantir a segurança dos empregados da fábrica. "O MPT pede 10% do lucro da Guararapes, mas não destinam nada desse dinheiro para segurar o emprego de quem fica na empresa e no final quem acaba prejudicado é quem continua trabalhando lá", disse.

A ação do MPT aponta irregularidades em facções de costura no interior do Estado, que prestam serviços terceirizados à Guararapes. Além da indenização, o processo também exige que a empresa assuma a responsabilidade sobre os direitos dos trabalhadores que atuam nas facções.
Por causa do protesto, o expediente na sede do órgão foi suspenso às 15h e a Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança do local.
Trânsito
A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) informou que agentes de trânsito estarão na região do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Lagoa Nova, para orientar o trânsito conforme a necessidade. De acordo com a STTU, apenas a Rua Poty Nóbrega, onde fica a sede do MPT, será bloqueada, entre a rua Dr. José Gonçalves e Avenida Senador Salgado Filho.
A secretaria destacou, também, que os ônibus desembarcarão os funcionários da Guararapes na Avenida Salgado Filho, nas proximidades do MPT, e deverão permanecer estacionados nos arredores do estádio Arena das Dunas até o final do ato. Após o término, os participantes da manifestação farão o embarque em comboios de dez ônibus cada, na Salgado Filho, sob a orientação dos agentes de tráfego.
Segurança
A Polícia Militar não detalhou o quantitativo empregado para garantir a segurança da manifestação e dos transeuntes que circulam próximo ao MPT, mas garantiu que foram destinados ao local efetivos do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) e contingente extra de PMs, com recebimento de diárias operacionais.
Homens do Batalhão de Choque também estarão a postos para qualquer eventualidade. "Contamos com reforço pesado no policiamento. Embora a gente acredite que não haverá nenhum tipo de ação hostil na manifestação, a Polícia Militar está preparada", afirma o assessor de comunicação da PM, Coronel Eduardo Franco.

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