Cerca de 100 ônibus com trabalhadores da Guararapes
se dirigem para a sede do Ministério Público do Trabalho, no bairro de
Lagoa Nova, onde irão protestar em favor da empresa e contra a ação
civil movida por uma série de irregularidades identificadas pelo MPT nas
facções da região Seridó.
Por volta das 15h, cerca de 60 pessoas de
movimentos sindicais a favor do MPT tentaram obstruir os ônibus para
dialogar com os trabalhadores, mas não conseguiram devido a quantidade
de pessoas. De acordo com Marcos Santana, do sindicato dos
supermercados, os "trabalhadores da Guararapes estão sendo enganados
pelos patrões" e eles buscam diálogo para mostrar que a ação civil do
MPT é "a favor dos trabalhadores". Nessa negociação, o trânsito próximo a
ponte de Igapó chegou a ficar paralisado por cerca de 10 minutos e não
houve intervenção policial.
Ônibus da Guararapes levam os funcionários para protesto no MPT
Nos ônibus da empresa, os trabalhadores levam faixas escritas "mexeu com
a Guararapes, mexeu comigo" e bradam contra os integrantes dos
movimentos sindicais que tentam o diálogo na margem da pista da avenida
Tomaz Landim. A maioria dos trabalhadores favoráveis à empresa estavam
com uma camisa escrita "Guararapes 100%". Muitos iam de moto e, quando
os ônibus foram obstruídos, as motos deram apoio para liberação da vida e
aguardaram a desmobilização dos sindicalistas.
Os sindicalistas afirmaram que também estarão
presentes no MPT para defender a ação civil e continuar tentando o
diálogo com os trabalhadores. Eles se mostraram frustrados com o ato
tentado na Ponte de Igapó por causa da resposta dada pelos empregados da
Guararapes, mas afirmam que continuarão tentando o diálogo. O movimento
sindical também mostra apoio a procuradora Ileana Neiva, que sofreu
críticas e ofensas pessoais do empresário Flávio Rocha por causa da
atuação contra as condições trabalhistas praticadas pelas facções.
O mecânico Fábio José, empregado da Guararapes
e a favor da empresa, foi o único que aceitou falar com a reportagem.
Ele justificou o ato contra o MPT porque a ação estaria "tirando os
empregos" e o valor pedido como punição não seria destinado a garantir a
segurança dos empregados da fábrica. "O MPT pede 10% do lucro da
Guararapes, mas não destinam nada desse dinheiro para segurar o emprego
de quem fica na empresa e no final quem acaba prejudicado é quem
continua trabalhando lá", disse.
A ação do MPT aponta irregularidades em facções de costura no interior do Estado, que prestam serviços terceirizados à Guararapes. Além da indenização, o processo também exige que a empresa assuma a responsabilidade sobre os direitos dos trabalhadores que atuam nas facções.
Por causa do protesto, o expediente na sede
do órgão foi suspenso às 15h e a Polícia Militar foi chamada para
reforçar a segurança do local.
Trânsito
A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU)
informou que agentes de trânsito estarão na região do Ministério Público
do Trabalho (MPT), em Lagoa Nova, para orientar o trânsito conforme a
necessidade. De acordo com a STTU, apenas a Rua Poty Nóbrega, onde fica a
sede do MPT, será bloqueada, entre a rua Dr. José Gonçalves e Avenida
Senador Salgado Filho.
A secretaria destacou, também, que os ônibus
desembarcarão os funcionários da Guararapes na Avenida Salgado Filho,
nas proximidades do MPT, e deverão permanecer estacionados nos arredores
do estádio Arena das Dunas até o final do ato. Após o término, os
participantes da manifestação farão o embarque em comboios de dez ônibus
cada, na Salgado Filho, sob a orientação dos agentes de tráfego.
Segurança
A Polícia Militar não detalhou o quantitativo
empregado para garantir a segurança da manifestação e dos transeuntes
que circulam próximo ao MPT, mas garantiu que foram destinados ao local
efetivos do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) e contingente
extra de PMs, com recebimento de diárias operacionais.
Homens do Batalhão de Choque também estarão a
postos para qualquer eventualidade. "Contamos com reforço pesado no
policiamento. Embora a gente acredite que não haverá nenhum tipo de ação
hostil na manifestação, a Polícia Militar está preparada", afirma o
assessor de comunicação da PM, Coronel Eduardo Franco.
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