terça-feira, 15 de agosto de 2017

Governador do Rio Grande do Norte é alvo de operação Polícia Federal

Robinson Faria é suspeito de organização criminosa e obstrução da justiça.
Governador faria parte de esquema envolvendo funcionários fantasmas.
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O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, do PSD, foi alvo de uma operação da Polícia Federal. As suspeitas são de organização criminosa e obstrução da justiça.
O governador estava em casa, em um condomínio na praia de Pirangi do Norte, na região metropolitana de Natal, quando os policiais chegaram para cumprir um dos mandados de busca e apreensão. Ao mesmo tempo, na capital, outra equipe da PF fazia uma varredura no apartamento dele.
Segundo as investigações, Robinson teria tentado comprar o silêncio de um delator da Operação Dama de Espadas, realizada em 2015, e que descobriu um esquema de corrupção envolvendo funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do estado.
Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa e na sede do governo. Dois funcionários da Assembleia foram presos temporariamente. São pessoas de confiança do governador: Adelson Freitas dos Reis, que aparece atrás dele em uma filmagem, e Magaly Cristina da Silva, servidora da Assembleia há 30 anos.

O Jornal Nacional teve acesso à decisão que motivou a operação contra o governador do Rio Grande do Norte.
Os passos dos investigados na operação foram filmados em ação controlada, monitoramento feito pela Polícia Federal com autorização judicial para obter provas. Uma dessas ações ocorreu em junho de 2017.
A ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte Rita das Mercês fazia parte do esquema, mas decidiu colaborar com as investigações. Assim como seu filho, Gustavo Villarroel.
O Jornal Nacional teve acesso à decisão do Superior Tribunal de Justiça, que autorizou a operação.
Gustavo contou que "um emissário do governador, Adelson de Freitas dos Reis, preso hoje, procurou a mãe, Rita, oferecendo, por estrita orientação do governador, R$ 5 mil por mês para que Rita se mantivesse disposta a calar a verdade sobre os fatos".
Gustavo admitiu que recebia esses pagamentos desde outubro de 2015 até hoje. As entregas eram feitas em shoppings e até no estacionamento da governadoria, conforme acertos sempre no dia anterior. O último encontro foi no dia 8 de junho.
Esse dinheiro vinha do esquema dos funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa: pessoas eram recrutadas para receber salário sem trabalhar. As investigações apontam que o cheque-salário delas era sacado, em dinheiro, na agência bancária dentro da própria Assembleia Legislativa. E que o dinheiro ia parar nas mãos do governador por meio de seu secretário ou do motorista.
Rita, a ex-procuradora da Assembleia, disse que "Robinson Faria embolsava com o desvio cerca de R$ 100 mil por mês, situação que perdurou até o fim de seu mandato de presidente da assembleia, em dezembro de 2010".
O Ministério Público diz que, mesmo depois de sair da assembleia, há indícios de que Robinson Faria continuou se beneficiando do esquema até hoje.
O que dizem os citados
O governador Robinson Faria nega veementemente a prática de qualquer irregularidade durante seu mandato de deputado estadual, encerrado em 2010, e reforça que sempre esteve à disposição para prestar qualquer esclarecimento.
A defesa de Magaly Cristina da Silva disse que vai provar a inocência da servidora na Justiça.
A defesa de Rita das Mercês e do filho dela, Gustavo Villarroel, disse que tudo vai ser esclarecido com a Justiça e os órgão de investigação.
O Jornal Nacional não conseguiu o contato com a defesa de Adelson Freitas.


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