Condenado
pelo juiz Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia no
dia 17 uma caravana pelo Nordeste brasileiro, região que conta com maior apoio
popular. O petista percorrerá, de ônibus, 28 municípios, passando pelos nove
Estados nordestinos.
Pela
programação, o roteiro terá largada na Bahia e se encerrará no Maranhão, em 7
de setembro, apenas seis dias antes de novo depoimento que prestará a Moro.
Na
manhã desta segunda-feira (31), o ex-presidente se reuniu com dirigentes
petistas e da Fundação Perseu Abramo para planejamento dessa viagem. "É
uma caravana que exige muito de cada companheiro. Será uma tarefa imensa, quase
22 dias de viagem. É preciso que haja um mínimo de infraestrutura", afirmou
Lula.
Ele
terá os gastos cobertos pelo partido. Na reunião, Lula pediu que seja
acompanhado por uma equipe pequena nas viagens de ônibus para que possa
descansar. Ele justificou a recomendação alegando que já não tem o mesmo fôlego
do passado.
Lula
também pediu que fique acomodado em pousadas, não mais nas casas de
colaboradores como ocorrido nas Caravanas da Cidadania, que fazia nos anos 90.
Em tom de brincadeira, disse que não gostaria mais de ver crianças desalojadas
de suas camas para que seja abrigado nas casas dos militantes.
A
ideia, segundo Lula, é que a caravana seja transmitida em tempo real.
Serão
3.000 km de viagem. Acompanhado de cerca de dez colaboradores e de líderes
locais, Lula passará dois dias em cada um dos Estados. A viagem deverá ser
batizada de "Caravana da Esperança".
À
exceção de Pernambuco, o ex-presidente será recebido por governadores aliados
nos demais Estados visitados. Após o giro nordestino, Lula quer ainda percorrer
ainda a região Sul e os Estados de São Paulo e Minas Gerais.
"Está
na hora de a gente ter um reencontro com a sociedade brasileira", disse.
Na
reunião, Lula afirmou que este é um momento propício para um fortalecimento
partidário. Ele comparou a relação entre partido e eleitores com um casamento
desfeito em que marido e mulher não encontram um par ideal.
Segundo
ele, "nada aconteceu fora do PT, ninguém surgiu" para substituir o
partido.
"A
gente recuperou parte do tempo perdido. Porra, eu estava cansado de deitar
cansado, levantar cansado, almoçar cansado. Levar porrada de manhã, de tarde e
à noite. E a gente não reagia", disse o ex-presidente.
E
acrescentou: "Se receber desaforo, tem que dar desaforo também. Sem essa
de bater do lado e virar outro lado. Apanhar é bom quando são os outros que
apanham".
A
orientação aconteceu durante a reunião organizada pela Fundação Perseu Abramo,
ligada ao PT, para lançamento do programa "Brasil em Movimento". O
documento fixa sete eixos de discussão para a elaboração de um plano de
governo. Segundo seus organizadores, a ideia é apresentar uma proposta que vá além das eleições de 2018, um pós-Lula.
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