Pesquisa Ibope encomendada
pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada nesta sexta-feira
(1º) aponta que 39% dos brasileiros avaliam o governo do presidente interino,
Michel Temer, como ruim ou péssimo.
A pesquisa apontou que 13%
avaliam o governo como ótimo ou bom e 36% acham que ele é regular. Entre os
ouvidos, 13% não soube ou não quis responder.
Foram ouvidas 2.002
pessoas em 141 municípios. O grau de confiança da pesquisa é de 95%. A margem
de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O levantamento foi feito
de 24 a 27 de junho.
Esta foi a primeira
pesquisa CNI/Ibope realizada após o afastamento da presidente Dilma Rousseff,
em 12 de maio.
A última
pesquisa CNI/Ibope foi divulgada em março, quando a presidente afastada,
Dilma Rousseff, ainda estava à frente da Presidência. O levantamento apontou
que 69% dos brasileiros reprovavam (consideravam ruim ou péssimo) o governo da
petista, enquanto 10% o aprovavam (ótimo ou bom).
Segundo o Ibope, a soma
dos percentuais pode não igualar 100% por causa dos arredondamentos.
Ainda de acordo com o
levantamento, a
desaprovação a Temer é maior na região Nordeste do Brasil.
Maneira de governar e
confiança em Temer
O Ibope também perguntou
se o entrevistado aprovava ou não a maneira de Temer governar: 53% disseram
desaprovar e 31% afirmaram aprovar. Outros 16% disseram não saber ou não
quiseram responder.
Entre os ouvidos, 66%
afirmaram não confiar no presidente interino. O percentual de pessoas que
disseram confiar em Temer é de 27%.
Outros 7% não souberam ou
não quiseram responder.
Na avaliação da maneira de
governar e no nível de confiança o presidente interino também alcançou índices
melhores que os da presidente afastada atingiu na pesquisa de março.
Na última pesquisa Ibope,
82% afirmaram desaprovar a maneira de Dilma governar, e 14% disseram aprovas.
Outros 80% disseram não confiar na petista, e 18% afirmaram confiar.
Comparação com Dilma
O Ibope também perguntou
qual a comparação que os entrevistados fazem entre as gestões Temer e Dilma. A
maior parte, 44% afirmaram considerar que o governo Temer está sendo igual ao
de Dilma. Um a cada quatro entrevistados (25%) afirmou que o governo Temer é
pior, e 23% afirmaram que a gestão do presidente interino é melhor. Não
responderam 8% dos entrevistados.
O gerente-executivo da
Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, afirma que
apesar da melhora na comparação com os índices de Dilma em março o saldo ainda
é negativo para o governo Temer, com as avaliações negativas superando as
positivas nos quesitos da pesquisa.
"Houve uma melhora na popularidade, mas não significativa. O que a gente viu é um saldo negativo ainda", diz.
"Houve uma melhora na popularidade, mas não significativa. O que a gente viu é um saldo negativo ainda", diz.
Fonseca avalia que o
período de menos de dois meses de governo interino ainda é cedo para sedimentar
a opinião pública sobre a gestão Temer e diz que a pesquisa que será divulgada
em setembro trará um quadro mais definido.
Um fator que pode ter
influenciado na avaliação negativa, segundo Fonseca, é a proximidade política
entre os dois governos, já que Temer é vice-presidente de Dilma e o PMDB,
partido dele, participou dos governos do PT.
"É importante
ressaltar que temos menos de dois meses de governo e uma ligação ainda forte
dos dois governos. Isso gera esse início de primeira pesquisa com avaliação
negativa", afirma. "Na próxima pesquisa, em
setembro, acredito que já vai se ter uma percepção melhor da
sociedade", diz Fonseca.
O gerente de pesquisa da
CNI também diz avaliar que Temer não foi beneficiado com o período de maior
"benevolência" da sociedade que os governantes costumam ter logo após
as eleições.
"Nesse tipo de
processo [do impeachment] o que pode acontecer é que se tenha uma tolerância
bem menor do que num processo em que se passou meses construindo uma agenda
[como nas eleições]", afirma.
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